Open da Austrália: Nuno Borges regressa "mais motivado" para superar primeira ronda

8 meses atrás 82

O maiato, número um nacional e 66 no ranking ATP, estreou-se há um ano no ‘Happy Slam’, mas despediu-se na estreia, ao ceder perante o italiano Lorenzo Sonego, então 47.º colocado mundial. Desta vez, volta mais experiente para defrontar o alemão Maximilian Marterer (98.º ATP), assim ditou o sorteio.

“Joguei aqui no ano passado, pela primeira vez, saí com uma derrota na primeira ronda e saí mais motivado do que quando cheguei. Este ano, ambiciono superar a primeira ronda e logo vejo. Sinto que é possível, vou lutar por isso, mas sei que será um jogo extremamente duro. Já perdi contra ele e sei do que é capaz. Tenho de estar a jogar o meu melhor ténis para ter hipóteses”, avançou o português, em declarações à agência Lusa.

Borges, de 26 anos, e Marterer, dois anos mais velho, encontraram-se em outubro de 2023 no ATP 250 de Antuérpia, disputado em piso rápido ‘indoor’, e levou a melhor o esquerdino germânico, em dois sets. Nos Antípodas, o único português no quadro de singulares do primeiro torneio do Grand Slam do ano espera igualar o confronto direto.

“Espero, desta vez, contar com condições diferentes. Mais calor, ao ar livre, com o sol a bater e um bocadinho mais de vento. Enfim, condições mais instáveis que posso, se calhar, usar a meu favor e tornar o jogo mais complicado para ele. Sei que ele tem boas pancadas de fundo, gosta de jogar muito forte e serve muito bem, o que causa muitas dificuldades em ‘indoor’, mas espero jogar um bocadinho melhor desta vez e conseguir ‘vingar-me’”, confessou.

Depois de fechar 2023 com a conquista do terceiro ‘challenger’ da temporada em casa (Monterrey, Phoenix e Maia), Nuno Borges não está a viver um início de temporada fácil, graças à derrota na ronda inaugural no ATP 250 de Hong Kong e ao desaire nos oitavos de final de Auckland, dois torneios de preparação para o Open da Austrália.

“Os jogos têm sido sempre duros, contra adversários complicados e eu não era favorito em nenhum encontro. Podia ter caído para qualquer um dos lados, mas em Auckland foi um bocadinho mais complicado ainda. O meu adversário [Arthur Fils] joga muito bem e eu não estive à altura. Só me resta olhar para a frente e perceber que estou onde quero, a jogar os melhores torneios do mundo e que também é normal perder cedo a este nível”, justificou o maiato.

Nuno Borges chegou quinta-feira a Melbourne, onde encontrou temperaturas ligeiramente mais altas do que em Auckland, “mas nada de extraordinário”, e hoje espera fazer “um dia normal de treino e de preparação para o torneio”, cuja sua participação está igualmente garantida na competição de pares, ao lado do australiano Aleksandar Vukic.

“Agora, é só afinar as pancadas e preparar-me para o jogo”, frisou o atleta português, que tem como melhores resultados no Grand Slam a segunda ronda no Open dos Estados Unidos em 2022 e Roland Garros 2023.

Em caso de vitória na abertura do Open da Austrália, que decorre em Melbourne Park entre 14 e 28 de janeiro, Nuno Borges terá como adversário seguinte o vencedor do duelo entre o espanhol Alejandro Davidovich Fokina (23.º ATP) e o francês Constant Lestienne (84.º ATP).

Cabral “orgulhoso por voltar a um dos melhores torneios do mundo”

O tenista português Francisco Cabral vai voltar a disputar o quadro de pares do Open da Austrália, depois da estreia há um ano ao lado do compatriota João Sousa, e diz ser “motivo de orgulho” regressar a Melbourne Park.

“É um dos melhores torneios do mundo, é para isto que eu treino e foi com isto que sempre sonhei… estar nos maiores torneios do mundo com os melhores jogadores do mundo. Estar aqui pelo segundo ano consecutivo demonstra que fiz uma boa temporada em 2023 e quero fazer uma boa época de 2024 para estar cá no próximo ano também”, afirmou o portuense à Lusa, lamentando a ausência de João Sousa, “um excelente jogador e que vai voltar a subir no ranking”.

Depois da parceria com o brasileiro Rafael Matos ter chegado ao fim em setembro no ATP 250 de Astana, Francisco Cabral, número 51.º na hierarquia mundial de pares aos 26 anos, juntou-se ao britânico Henry Patten (73.º ATP pares), com quem tem jogado desde outubro do ano passado e vai disputar a 112.ª edição do primeiro torneio do Grand Slam da temporada.

“Está a correr bem, somos jogadores jovens e com muita vontade de trabalhar. Temos treinado muito bem e acredito que os bons resultados vão acabar por aparecer”, defende o campeão de pares de 2022 do Estoril Open (ao lado de Nuno Borges) e do ATP 250 de Gstaad (com Tomislav Brkic).

O início da época não tem corrido de feição à dupla luso-britânica, após o desaire na primeira ronda dos dois torneios de preparação para o Open da Austrália, em Hong Kong e Adelaide, mas Cabral espera que sirva de experiência para uma boa exibição em Melbourne Park, onde o também português Nuno Borges vai competir na prova de singulares e de pares.

“Foram duas derrotas diferentes. Na primeira semana não competimos tão bem contra uma das melhores duplas do mundo e vencedores do torneio. Em Adelaide tivemos as nossas chances ao longo do encontro e, maioritariamente por mérito dos adversários, não as conseguimos concretizar. Aprendemos qualquer coisa diferente em cada uma das derrotas e que espero que nos ajude no Open da Austrália”, explicou.

Apesar de a adaptação estar a correr bem e de apreciar as condições climatéricas mais quentes, Francisco Cabral garante não ter estipulado, juntamente com o inglês Henry Patten, de 27 anos, objetivos concretos para a próxima quinzena.

“Não temos. Queremos dar o nosso melhor e jogar bom ténis, o resultado depois logo se vê”, defende o nortenho, que só no domingo conhecerá a primeira dupla adversária, quando for efetuado o sorteio de pares do ‘major’ australiano, previsto para 14 a 28 de janeiro, em Melbourne Park.

Francisco Cabral tem como melhor resultado no Grand Slam a presença na terceira ronda de Roland Garros em 2023, ao lado de Rafael Matos, mas atingiu a segunda eliminatória em Wimbledon (2022 e 2023) e no Open dos Estados Unidos (2022 e 2023), faltando fazer apenas o mesmo no ‘Happy Slam’.

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