OpenAI prepara novo projeto de IA com capacidades de raciocínio avançadas

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A OpenAI está a desenvolver uma nova abordagem para os seus modelos de inteligência artificial. O projeto chega numa altura em que a empresa liderada por Sam Altman está focada em demonstrar que os seus modelos são capazes de capacidades de raciocínio avançadas 

Um documento interno, a que a Reuters teve acesso, indica que as equipas internas da OpenAI já estão a trabalhar nele. A agência noticiosa avança que o documento, cuja data exata não conseguiu ser confirmada, demonstra como a empresa planeia usar o projeto para realizar tarefas de pesquisa. Ao que tudo indica, a forma como tudo funciona tem sido mantida sob segredo no seio da tecnológica. 

O documento detalha um projeto que usa modelos Strawberry para gerar respostas aos pedidos dos utilizadores, além de planear e navegar online de forma autónoma e para ser capaz de realizar um tipo de tarefa que é descrita pela OpenAI como “pesquisa profunda”. 

O projeto Strawberry inclui uma forma especializada de “pós-treino” dos modelos de IA generativa da OpenAI. A técnica passa por adaptar os modelos base para aperfeiçoar o seu desempenho em áreas específicas depois de já ter sido treinado com dados mais gerais através de datasets de grande escala. 

Nos últimos meses a empresa tem dado sinais a programadores e a entidades envolvidas de que está prestes a lançar uma tecnologia com capacidades de raciocínio significativamente mais avançadas. 

Quando questionado acerca dos detalhes apresentados no documento, um porta-voz da OpenAI afirmou que a empresa ambiciona que os seus modelos “sejam capazes de ver e de compreender o mundo mais como nós”. 

“A investigação contínua acerca das novas capacidades da IA é algo comum na indústria, com uma convicção comum de que estes sistemas vão melhorar as suas capacidades de raciocínio ao longo do tempo”, detalhou, no entanto, sem responder diretamente a questões sobre o projeto. 

Segundo a agência noticiosa, o projeto Strawberry era anteriormente conhecido por Q* (ou Q-Star). Detalhes sobre a versão anterior foram conhecidos na altura em que a OpenAI enfrentou uma crise na sua liderança, durante a saída momentânea de Sam Altman do cargo de CEO. 

Na altura, o Q* foi descrito como um avanço nas ambições da empresa relativamente ao desenvolvimento de sistemas com uma inteligência semelhante, ou mesmo superior, à dos humanos, também conhecida como IA Geral (ou AGI, na sigla em inglês). 

Fontes internas indicam que, no início deste ano, foi dito a funcionários da OpenAI que demos do Q* eram capazes de dar resposta a questões complexas em áreas como ciência ou matemática, algo que ainda não é possível para os atuais modelos disponíveis comercialmente. 

Já a Bloomberg avança que, numa recente reunião interna, a tecnológica terá feito uma demonstração de um projeto que afirma ter novas capacidades de raciocínio mais semelhantes às dos humanos. 

Os detalhes acerca do projeto Strawberry surgem também numa altura em que a OpenAI enfrenta uma nova controvérsia. Em declarações ao The Washington Post, fontes internas, que optaram por manter o anonimato, afirmam que a empresa terá apressado a realização de testes de segurança para poder cumprir o prazo de lançamento do GPT-4o

Vários funcionários, entre pessoas que já não fazem parte da OpenAI e outras que ainda permanecem nela, assinaram uma carta-aberta que exige à empresa que reforce as medidas de segurança no desenvolvimento das suas soluções, mas também a sua transparência. 

Ainda em maio, Ilya Sutskever, cientista-chefe da OpenAI, deixou a empresa, dando início a um conjunto de acontecimentos que culminaram com a dissolução da anterior equipa de segurança. 

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