Miguel Sousa Tavares comentou, na quinta-feira, a Operação Pretoriano, no âmbito da qual foram detidas 12 pessoas, entre as quais está o líder da claque dos Super Dragões, Fernando Madureira.
“Isto vai ajudar à reeleição de Pinto da Costa. Dá força a Pinto da Costa”, começou por considerar, rejeitando que a situação fosse favorecer André Villas-Boas, outro dos candidatos à presidência do FC Porto.
Em declarações na CNN Portugal, Sousa Tavares considerou que as buscas na casa de Fernando Madureira, levadas a cabo na quarta-feira, foram “absolutamente espalhafatosas”.
“As imagens do estado em que a polícia deixou a casa de Fernando Madureira e são insuportáveis de ver. Inacreditáveis. A minha casa já foi assaltada e não ficou neste estado. Como é que a polícia pode deixar uma casa pior do que ladrões deixariam? Como é que isto é admissível?”, questionou, sublinhando, no entanto, que não ‘apoia’ Fernando Madureira.
Questionado sobre se houve excesso de força policial, Sousa Tavares apontou mesmo para a Direção Nacional da PSP, que, segundo a sua opinião, “tem obrigação de pôr estes senhores [agentes] sob inquérito e dizer se isto são maneiras de fazer buscas a casa de uma pessoa – seja ela qual for”.
Assumindo que não apoia a claque em questão, mas referindo que é a única em Portugal que está “registada de acordo com a lei”, Miguel Sousa Tavares prevê que todos os arguidos saiam em liberdade. “Aposto que não vai acontecer nada. É mais uma argolada do Ministério Público”, referiu, reforçando que a "atuação policial é de maneira a favorecer Pinto da Costa e não a desfavorecê-lo". De recordar que Pinto da Costa apresentará a recandidatura à presidência do clube no domingo, 4 de fevereiro.
Sousa Tavares disse ainda que esperava que no dia das eleições, a polícia atue bem, de forma a controlar a eleição, "para que não haja intimidação, roubo de urnas e falsificação da contagem de votos".
Sublinhe-se que o líder da claque portista, Fernando Madureira, deverá prestar declarações na tarde desta sexta-feira. Já os advogados de outros detidos garantiram que a situação seria explicada.
Segundo documentos a que a Lusa teve acesso, o Ministério Público considera que a claque liderada por Fernando Madureira pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" numa assembleia-geral para que fossem aprovadas as alterações estatutárias em votação. O caso está a ser investigado desde novembro de 2023.
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