OPINIÃO | A confirmação

1 mes atrás 31

"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

O último artigo tinha como título a ressurreição da equipa e este surge como a sua confirmação, o que confere algum aparente caráter religioso que se coaduna com a tradição brácara ao longo dos tempos, uma vez que se trata de uma cidade bimilenar com longas e fortes ligações à Igreja.

Quando escrevi o texto anterior ele falava da forma como a equipa ressuscitou para a vida europeia, depois de ultrapassar o Servette e ter garantido desde logo a presença na fase regular das competições europeias, ficando por definir se seria na Liga Conferência, em caso de eliminação frente ao Rapid de Viena, ou na Liga Europa, em caso de sucesso nessa eliminatória com os austríacos.

Entretanto, já se realizaram mais dois jogos sob a égide de Carlos Carvalhal, com pleno sucesso, que importa abordar aqui, que confirmam as melhorias observadas no curto espaço de tempo em que Carlos Carvalhal tem trabalhado a equipa, dentro de uma densidade competitiva que impede a realização de treinos aquisitivos e de consolidação de processos. Talvez a paragem das seleções em setembro próximo permita algum trabalho específico, que seja capaz de ajudar a equipa a melhorar as suas prestações. Por agora importa mesmo é vencer. 

A liga portuguesa tinha uma incómoda visita ao estádio do Bessa, onde são de longa tradição as dificuldades sentidas pelos bracarenses, ainda que se registem também vários sucessos nessa deslocação. O Boavista da presente temporada, no seguimento das anteriores, reflete as dificuldades que o clube sente para respirar a cada dia que passa e isso fica notório no plantel constituído, onde as entradas não compensam as inevitáveis saídas, pelo que os tempos áureos dos axadrezados estão por agora muito distantes e são uma mera memória de anos da glória vivida no passado.

Mesmo assim, o Boavista é um clube com tradição e que coloca sempre dificuldades aos seus adversários, independentemente dos nomes que entram em campo. Foi neste contexto que o SC Braga entrou no Bessa, ainda por cima atrás na classificação depois dos respetivos resultados da primeira jornada.

O SC Braga surgiu no Bessa a dominar totalmente o primeiro tempo, ainda que só tenha marcado um golo, num período em que rarearam as chances claras para marcar. O espanhol Roberto Fernández, que por agora faz as delícias da plateia feminina bracarense, marcou o golo que valeu um triunfo difícil, mas bastante ajustado.

Os números poderiam ter sido diferentes se as chances claras surgidas fossem concretizadas ou se o árbitro António Nobre, a quem gosto de ver apitar, depois de alertado pelo VAR, tivesse corrigido a sua errada decisão de sancionar como simulação um lance claro de grande penalidade. Houve pouca Nobreza do Sr. António para reconhecer que errara naquele lance, mesmo com a ajuda tecnológica. Outro reparo negativo fica para a leviandade da imprensa, especialmente a desportiva, de referirem o lance de bola no poste dos boavisteiros sobre o fim do encontro como de muita sorte para os lados de Braga quando esse lance foi anulado por claro fora de jogo. Houve, neste lance, pouco rigor informativo, tal como se observa frequentemente, o que se lamenta.

Corrigida a entrada em falso na liga portuguesa, o SC Braga jogou para a Liga Europa, na quinta-feira passada, frente ao Rapid de Viena, cujos jogadores diziam não conhecer nenhum jogador adversário. Acredito que agora já conheçam pelo menos os nomes de Víctor Carvalho e de Rodrigo Zalazar, ainda que outros nomes tenham falhado a entrada nessa lista por manifesta falta de sorte ou por alguma ineficácia no momento de materializar em golos a superior prestação da equipa.

Os austríacos cedo ficaram reduzidos a dez elementos, na sequência da forma viril, por vezes violenta, com que a equipa surge em campo normalmente. Este contexto até poderia favorecer o SC Braga, mas prejudicou o jogo que passou a ser lento e pouco fluído, dado que todos os pretextos serviam para de Viena virem ordens para queimar tempo.

Paradoxalmente, seriam os vienenses a ficarem na frente do marcador, depois de uma jogada rápida que aproveitou um erro defensivo dos arsenalistas. Depois surgiria a remontada, que deu um triunfo tangencial que faz antever dificuldades para a partida da segunda mão, onde vão ser necessários nervos de aço e competência para confirmar a passagem, pois da Áustria veio uma equipa com bastante qualidade que promete dar luta até ao fim.

Ler artigo completo