OPINIÃO | Apreensão geral

1 mes atrás 35

"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

A época desportiva do SC Braga já começou a nível europeu, porque a nível interno só neste domingo tem o seu epílogo. Este começo trouxe alguns indícios paradoxais, que carecem de confirmação no futuro próximo, pois se, por um lado, a equipa não sofreu qualquer golo em três jogos disputados, o que revela uma significativa melhoria em comparação com a fraca prestação na temporada anterior a este nível, por outro lado existem sinais que causam a apreensão geral entre os adeptos braguistas. O lado mais negativo vai para as fracas entradas nas três partidas disputadas até ao momento, que passo a detalhar. A receção aos israelitas do Maccabi Petah Tikva teve uma primeira parte de elevada apatia e só os golos do triunfo, conseguidos no segundo tempo, diminuíram a importância dessa menor prestação na metade inicial da partida. Pensou-se que tal baixa prestação se poderia dever ao facto de ser o jogo inaugural. No entanto, o jogo da segunda mão, disputada na Bulgária frente ao mesmo adversário, permitiu observar novamente uma entrada receosa da equipa brácara, tendo o rumo do jogo mudado radicalmente até à goleada final (0x5) a partir do golo inaugural. No global percebeu-se que de Israel vinha um rival de qualidade bastante inferior, cujo desnível ficou bem patente no agregado de 7x0 obtido.

O SC Braga já sabia na eliminatória anterior que iria defrontar os suíços do Servette, se o mundo da bola não deixasse de ser redondo e houvesse, por isso, alguma surpresa que ninguém desejava. Sem competições internas iniciadas, os bracarenses dispuseram de uma semana limpa para preparar o encontro frente aos helvéticos já mais rodados nas competições, na esperança de que não fosse servido nenhum queijo indigesto na Pedreira, no jantar tardio da última quinta-feira. Contudo, o primeiro tempo do encontro suíço revelou um atraso considerável na entrada em campo dos bracarenses, que deixaram uma péssima imagem no primeiro período do encontro, pelo que ao intervalo o melhor mesmo era o nulo no marcador. Estava parcialmente confirmada esta tendência de entrar mal nas partidas, com a fotografia sem nitidez que a engalanada Pedreira deixou registada. O intervalo era desejado por todos, na esperança de que as recomendações técnicas pudessem alterar de modo significativo o que a equipa não fez nessa primeira parte. Tinha sido muito mau aquilo que se vira na equipa arsenalista e a desconfiança ficava bem evidente nos rostos surpresos da Legião do Minho.

A equipa que Daniel Sousa comanda melhorou a sua prestação após o descanso, sendo, contudo, incapaz de alcançar a vantagem na eliminatória e adiando as decisões para o segundo duelo, a realizar já na próxima quinta-feira na Suíça. As indicações negativas da equipa, que foi incapaz de transformar o favoritismo teórico em golos, só deixam o caminho da vitória para a segunda mão, pois um insucesso teria efeitos nefastos no resto da época a nível internacional e, quiçá, a nível interno. Assim, espero que os Gverreiros do Minho sejam capazes de entrar de modo assertivo em campo, impondo a sua teórica superioridade e passando uma eliminatória que é demasiado importante para que exista um único minuto de relaxamento de algum jogador.

A liga portuguesa já começou e o SC Braga recebe o Estrela da Amadora no próximo domingo na sua estreia. Ora, atendendo à elevada importância desta eliminatória recomendava-se que a Liga Portugal adiasse a partida bracarense do campeonato, de modo a criar melhores condições, conducentes a um sucesso que é muito importante em Braga, mas também o é para o país na tentativa de recuperar lugares que permitam melhor posição do ranking europeu. Não existiu esta prevenção, pelo que resta gerir este curto período com a ideia clara sobre a relevância de seguir em frente na Liga Europa bem presente.

Espero que este negativismo momentâneo seja contrariado pelas performances da equipa nos próximos dias, tanto a nível interno, na estreia na liga, como na segunda mão deste duelo europeu.

Uma nota final para uma correção do último artigo em que houve uma imprecisão sobre o modelo da Liga Conferência, onde existem de facto seis jogos na fase regular, mas sempre frente a adversários diferentes.

Ler artigo completo