OPINIÃO | Um Lage que recuperou o seu Ferrari

2 horas atrás 22

Pedro Filipe Maia, Diretor de Contéudos Multimédia do zerozero, é apaixonado e praticante de desporto e também alguém atento às novas tendências do treino e do mundo da performance. Neste espaço, pode conhecer as últimas tendências deste universo, particularmente as que estão a ser aplicadas no futebol.

Esta semana, ao entrevistar Paulo Alves, treinador com quase 20 anos de experiência, fixei-me numa frase que me disse e que me serviu de reflexão para este texto: «A gestão mental ainda é a charneira de uma equipa de futebol».

Por muita competência que se junte, acredito que o ambiente onde nos inserimos condiciona os resultados. Quanto melhor é o ambiente em casa, no trabalho, no balneário, no restaurante, no café, melhor nos sentimos e melhores coisas produzimos.

Os jogadores e as equipas de futebol são o reflexo máximo dessa teoria: quanto mais saudável é o ambiente, mais rendimento têm.

Bruno Lage veio com a prioridade de uma mudança de ambiente na Luz, e sobretudo no Seixal. Para além de uma gestão mais inteligente dos seus melhores talentos em campo, também aliviou a tensão no plantel e priorizou o retorno da harmonia entre adeptos e equipa, algo que parecia ter sofrido um revés irreparável pela teimosa frieza de Roger Schmidt. 

Não bastava todo o clima hostil à volta da equipa, da direção e do processo de escolha do treinador, e ainda se somou uma colherada de Vieirismo, numa entrevista que veio colocar em causa tudo e todos dentro do SL Benfica. 

Mas Lage provou ter sido o analgésico certo na hora certa. Foi muito competente a gerir estas bolas de malabarismo a arder nas suas mãos. Trouxe um discurso motivacional previsível mas eficaz, uma energia necessária aos bastidores e às bancadas, uma cara em quem os jogadores e adeptos reconhecem energia e paixão. 

Após a desconfiança inicial de uma escolha que suou a secundária, Bruno Lage está a provar ter sido uma boa solução, pelo menos a curto prazo.

No entanto, já dizia José Mourinho, e em jeito de desafio para outro setubalense: uma substituição de treinador no decorrer da época traz efeitos imediatos, mas os efeitos a longo prazo, quando se esvaziar o balão da novidade, são mais difíceis.

Essa avaliação só pode ser feita com tempo, mas o inicio da era Lage 2.0 foi firme e varreu para debaixo do tapete os problemas expostos por Roger Schmidt. 

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