OPINIÃO | Um pouco mais de nós

7 meses atrás 58

"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

O artigo de opinião de hoje tem como vetores importantes as palavras e o exemplo de João Moutinho e o momento atual do SC Braga.

As competições europeias estavam de regresso a Braga, agora na Liga Europa depois de uma prestação meritória na Liga dos Campeões a pedir mais presenças bracarenses, num desejo de toda a Legião. O sorteio havia ditado, num raro momento de alguma felicidade aparente, como adversário a desconhecida equipa do Qarabag, que no Azerbaijão não tem concorrência séria nas competições que disputa. Mas, no futebol como na vida nada pode ser dado como adquirido e aquilo que parecia ter sido um momento de sorte acabou em pesadelo, em plena Pedreira.

A chegada ao duelo europeu foi antecedida de um jogo fraco, traduzido em goleada de cinco golos sem resposta pela terceira visita consecutiva a Alvalade. Neste jogo, a estatística mostra que os leões transformaram cinco remates enquadrados em outros tantos golos, com Matheus a assistir ao jogo sem pagar bilhete e sem fazer qualquer defesa. 

O resultado humilhante de Alvalade, especialmente pesado pela sua repetição, só foi abordado com a realidade dura necessária pelas palavras do treinador brácaro no lançamento do jogo da Liga Europa, que classificou aquele resultado como fator de vergonha para todos. 

A noite de quinta-feira trouxe, como referi acima, mais uma noite europeia à Pedreira, com os adeptos a terem em mente a possibilidade séria da correção daquela fotografia tremida de Alvalade, onde nenhum rosto surgia com nitidez. Porém, quando uma equipa está mal existe sempre a possibilidade de ver piorar as coisas pelo que não espantou que um lance inofensivo, em que a apatia e negligência falaram alto, possibilitasse o penálti que abria as hostilidades, que só teria resposta já sobre o intervalo, por intermédio do regressado Banza, a mostrar como se faz, depois de uma primeira parte deprimente que um conjunto de jogadores vestidos de vermelho e branco realizou, deixando distante a visão desse conjunto ser uma equipa que treina diariamente e se conhece, por dentro e por fora.

O segundo período registou incidências ainda mais atípicas, que acentuaram ainda mais a queda da equipa para um nível incrivelmente baixo, com a reversão da anulação de golo forasteiro em dose dupla e mais um golo, que a apatia arsenalista em campo permitiu em mais uma transição rápida, a serem transformados em lances que colocaram o resultado nuns surreais 1x4 e as bancadas em polvorosa, expondo de modo mais evidente os nervos que invadiam as mentes braguistas. Os números finais foram atenuados com o golo de João Moutinho, que acendeu uma ténue luz de esperança que consegue vislumbrar-se, ainda que com dificuldade.

O final de partida teve o momento em que os jogadores e a equipa técnica, sem o seu líder, enfrentaram a fúria dos adeptos, ainda incrédulos com o que acabaram de presenciar. Pessoalmente não me incluo no grupo dos que destratam os seus, ainda que entenda a insatisfação existente. O SC Braga parecia uma casa a arder que as palavras de João Moutinho na flash serenaram um pouco, alertando para o que cada um não fez e devia fazer, onde o próprio se incluía, de modo que cada um dê um pouco mais de si para que o somatório coletivo seja de uma equipa bastante diferente para melhor, mais de acordo com o que já se viu na presente temporada. 

Voltando a falar de João Moutinho gostei da entrevista que deu à sporttv, onde se percebe bem a forma superior como lê o jogo em campo, o que ajuda a equipa a subir de patamar. É um gosto enorme ver o jogador com a camisola do SC Braga em campo. Quando refiro acima que cada um deve dar um pouco mais de si não significa que todos tenham de correr mais, mas de correr melhor e de elevar os níveis de concentração e entrega, que coloquem a equipa mais próxima do sucesso. As palavras do 28 bracarense animaram-me, com sinceridade, desde que cada um entenda bem a sua parte naquela mensagem. Os adeptos também devem refletir e perceber a melhor forma de apoiar a sua equipa, de forma a superar esta crise momentânea, uma vez que o caminho estreitou, mas, nada está perdido por agora.

É com este sentimento positivo que acredito que a equipa vai começar por tentar vencer o Farense no próximo domingo e no Azerbaijão, na próxima quinta-feira, tentará a reversão do resultado desfavorável, que está ao alcance da qualidade da equipa, desde que cada um de nós seja capaz de melhorar a sua prestação.

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