Opositora de Putin impedida de concorrer às presidenciais vai recorrer

Yekaterina Duntsova, uma antiga jornalista russa que foi impedida de concorrer às eleições da Rússia de 2024, apresentou um recurso no Supremo Tribunal de Justiça do país. À Reuters, a candidata lamentou a decisão da Comissão Eleitoral Central da Rússia, que, segundo a própria, priva os jovens de expressar as suas opiniões num sistema altamente controlado.

"Tenho a sensação de que o campo [de candidatos] está a ser limpo... Não é vantajoso para vós, para as autoridades, acima de tudo, que não reste ninguém, que a lista de candidatos [apenas] inclua pessoas com mais de 70 anos", afirmou.

"Onde estão os representantes dos jovens? Onde estão os representantes das pessoas que querem falar de paz, de valores democráticos, de reformas, de confiança no instituto do poder?", questionou ainda.

A ex-jornalista questionou ainda o porquê de a desqualificaram e "provocarem os cidadãos", que deveriam ir às "urnas com a sensação de que estão a dar um contributo real".

No sábado, Duntsova, de 40 anos, foi impedida de concorrer às presidenciais contra o presidente Vladimir Putin devido à existência de "erros" no seu pedido de registo como candidata.

A medida foi conhecida três dias depois de a ex-jornalista ter solicitado o seu registo como candidata. Com a candidatura, a ex-jornalista tinha como objetivo terminar a guerra com a Ucrânia e libertar prisioneiros políticos. 

"É uma jovem, tem uma vida pela frente", afirmou, por sua vez, a presidente da comissão eleitoral, Ella Pamfilova, dirigindo-se a Duntsova, de 40 anos.

Segundo Ella Pamfilova, 29 pessoas apresentaram o processo de candidatura às eleições presidenciais, marcadas para 17 de março de 2024 e nas quais Vladimir Putin, com vitória praticamente garantida, concorre a um novo mandato de seis anos.

O regime na Rússia excluiu há vários anos qualquer oposição na vida política, com uma repressão que se acelerou desde que o país invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

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