Oppo Reno12 Pro: Inteligência quase no ponto

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Com a nova Reno12 Series, a Oppo quer demonstrar que também está na corrida da IA generativa, com a ambição de acelerar a adoção de smartphones equipados com esta tecnologia. O Reno12 Pro foi o primeiro a chegar a Portugal e, embora possa ser descrito como um modelo de gama média, é difícil enquadrá-lo totalmente nesta categoria.

À semelhança de outros Pro das gerações Reno anteriores, este smartphone tem características que o posicionam acima de outros modelos da gama média, mas não ao ponto de o elevarem ao segmento Premium.

Tendo em conta o preço de 599 euros anunciado pela marca para a Europa (que, em Portugal, subiu para 649,99 euros), as suas características e a clara aposta na IA, diríamos que o seu ‘rival’ mais próximo é o Pixel 8a. Mas será que Reno12 Pro tem o que é preciso para fazer frente à proposta da Google? (Spoiler alert: ainda não…)

IA posta à prova

O grande foco da Oppo está em funcionalidades inteligentes feitas para agilizar tarefas e aumentar a produtividade, assim como para ajudar os utilizadores a explorarem o seu lado mais criativo. A marca também explora o potencial da tecnologia na conectividade com a função AI LinkBoost. Embora apresentem potencial, sentimos que as opções integradas no Reno12 Pro ainda precisam de ‘amadurecer’ para se tornarem verdadeiramente úteis.

No que toca à produtividade, a Oppo trabalhou em parceria com a Google para trazer o suporte à ‘família’ de modelos Gemini para a linha Reno12. A AI Toolbox, criada com base no modelo Gemini 1.0, reúne um conjunto de funcionalidades disponíveis através de uma útil aba ‘flutuante’ no canto superior direito do ecrã. A AI Summary permite resumir rapidamente textos online ou em aplicações compatíveis, apresentando os pontos-chave para agilizar a leitura.

A AI Speak é capaz de ler artigos online em voz alta e a AI Writer dá uma ajuda na criação de publicações ou na escrita de comentários para as redes sociais. Já a AI Recording Summary, está integrada na aplicação de gravação. A funcionalidade foi concebida para resumir as gravações de voz, registando os pontos principais das conversas em texto.

Estas opções estão disponíveis desde o lançamento da nova gama de smartphones, mas, como verificámos durante os nossos testes, para já, o suporte está limitado a três idiomas (chinês, inglês e hindi). É verdade que as conseguimos testar, neste caso em inglês, e os resultados não ficaram aquém das expectativas. No entanto, sem suporte à língua portuguesa, a questão torna-se mais complicada.

Clique nas imagens para ver as funcionalidades de IA com mais detalhe

Na criatividade, a AI Eraser 2.0 demonstrou a sua utilidade para pequenas edições fotográficas, permitindo eliminar elementos indesejados em segundo plano. A AI Smart Image Matting 2.0 também funcionou como prometido, dando-nos a possibilidade de criar autocolantes personalizados a partir de fotografias que captámos com o smartphone.

Por outro lado, tivemos alguma dificuldade em ativar opções como a AI Clear Face, que promete melhorar o aspeto das selfies com três pessoas ou mais, ou a AI Best Face, concebida para corrigir fotografias de grupo em que alguém fica com os olhos fechados.

Reno12 Pro OppoOppo Reno12 Pro | Funcionalidade AI Clear Face

Tanto a AI Clear Face como a AI Best Face fazem lembrar a funcionalidade Best Take dos mais recentes smartphones Pixel da Google. Mas, ao contrário do que sucede nos modelos da tecnológica norte-americana, as opções da Oppo só podem ser acionadas quando o modo de fotografia está ativo, numa abordagem que se revela menos prática.

Deixamos também uma nota quanto à funcionalidade AI Studio. Através dela é possível criar avatares digitais ou retratos com diferentes estilos artísticos, porém os resultados não diferem muito daqueles que encontraríamos, por exemplo, em plataformas ou apps que geram imagens com recurso a IA.

‘Peso pluma’

O Reno12 Pro tem um corpo fino e surpreendentemente leve. Apesar de transmitir uma sensação de ‘peso zero’ nas mãos, como anunciado pela marca, num primeiro contacto deixou-nos com dúvidas quanto à sua resistência. Porém, a experiência de uso ao longo de vários dias demonstrou que o smartphone consegue, de facto, sobreviver aos impactos do dia a dia e até à ocasional queda.

A par da classificação IP65, o ecrã conta com proteção adicional graças a vidro Gorilla Victus 2 da Corning. A tecnologia Splash Touch, que permite a utilização do ecrã com as mãos molhadas, marca pontos pela positiva.

No aspeto, a escolha de design entre as duas versões do Reno12 Pro (com modelos disponíveis nas cores Preto e Lilás) traz alguma ‘confusão’ estética. Note-se igualmente que existem diferenças quanto ao peso e às dimensões dos dois modelos: a versão na cor Preta, que experimentámos para este teste, é mais leve e mais fina.

Oppo Reno12 Pro nas cores Lilás (à esquerda) e Preto (à direita)

A versão na cor Preto dispõe de um painel traseiro com dois tipos de acabamento. O primeiro tem uma textura frosted mate que, quando exposta à luz, ganha um efeito cintilante. O segundo, que surge na parte inferior, é espelhado e fica rapidamente coberto por marcas da palma da mão, o que é pouco prático para quem prefere usar o smartphone sem capa. 

A versão na cor Lilás (que experimentámos durante o evento de lançamento da linha Reno12 em Ibiza) tem um acabamento mais uniforme, conseguindo evocar de uma melhor forma um visual futurista. Neste caso, apreciamos particularmente o efeito de metal a fluir, que dá um toque mais apelativo à traseira do smartphone.

Pormenores estéticos à parte, o ecrã chega com uma moldura fina que confere uma sensação de maior imersão durante a visualização de conteúdo. As curvas suaves nas laterais têm uma sensibilidade elevada e são muito propícias a toques acidentais, o que, certas ocasiões, traz frustrações desnecessárias à navegação.

Apesar disso, as imagens apresentadas são nítidas e claras, com cores vibrantes, se bem que falte alguma profundidade nos tons mais escuros. A funcionalidade de brilho automático ajusta-se facilmente a diferentes condições de iluminação, mantendo a legibilidade mesmo sob luz mais intensa. Destacamos ainda a capacidade de navegação rápida e fluida oferecida pelo ecrã, com uma taxa de atualização dinâmica até 120 Hz.

À la influencer

O Reno12 Pro está equipado com uma configuração de câmaras liderada por um sensor Sony LYT-600, de 50 MP, com focagem automática e OIS. O módulo traseiro conta ainda com uma lente ultrawide de 8 MP e com uma teleobjetiva de 50 MP. Para as selfies há uma câmara frontal de 50 MP, que chega também com capacidade de focagem automática, além de efeitos de retoque de retrato com IA.

O grande destaque vai para a câmara frontal, que nos surpreendeu pelo elevado nível de detalhe que consegue captar, seja nos cabelos, olhos, pele e até nas pequenas imperfeições que preferíamos esconder. O efeito de bokeh no modo Retrato é, por vezes, demasiado forte, mas pode ser ajustado na edição das fotografias. Apreciamos a forma como as cores são reproduzidas, com tons mais naturais.

Reno12 Pro OppoFoto captada pela câmara frontal em modo Retrato. Apesar do bom nível de detalhe e da reprodução adequada da cor, há, em certos casos, alguma dificuldade no ‘recorte’ dos sujeitos, sobretudo em torno do cabelo. Durante os nossos testes, verificámos o mesmo em elementos como as extremidades de óculos.

Se as características da câmara frontal já a tornam numa opção a considerar para os amantes de selfies, a possibilidade de captar vídeo em 4K (30 fps), torna-a ainda mais apelativa para os aspirantes a vloggerse influencers. Note-se, no entanto, que com o modo de estabilização ativado, a resolução está limitada a 1080p (60 fps).

A experiência com as câmaras traseiras também é positiva. Aliás, o sensor principal e a lente teleobjetiva conseguem registar um bom nível de detalhe. As cores são vibrantes, apesar de um pouco saturadas em certos casos. Mas há dificuldade em ‘congelar’ adequadamente o movimento e é possível notar a diferença na reprodução de cor entre câmaras.

Desempenho e autonomia

Ao contrário da versão chinesa, equipada com um SoC Dimensity 9200+, o modelo comercializado no Ocidente chega com um processador menos ‘apetrechado’. Contudo, o processador Dimensity 7300-Energy, combinado com uma GPU Mali-G615, assegura um desempenho rápido e eficaz nas aplicações mais usadas no dia a dia. Se é gamer poderá também aproveitar o smartphone para alguns jogos, desde que não exijam muito da capacidade de processamento gráfico.

A expansão de RAM, ‘herdada’ das gerações anteriores, continua a ser uma útil inclusão, permitindo converter até 12 GB de armazenamento em RAM temporária. O Trinity Engine, isto é, o motor de computação dinâmica da OPPO, também se destaca pela positiva ao ajudar na gestão eficiente de recursos.

Com uma bateria de 5000 mAh, a autonomia anunciada é de cerca de dois dias de autonomia, um valor que fica um pouco acima do que verificámos no nosso uso (cerca de um dia e meio em cenários de utilização mais constante). Apesar disso, o suporte a carregamento SuperVOOC (a 80 W) ajuda a acelerar o processo de carregamento para aqueles momentos em que precisa de dar mais energia rapidamente ao smartphone. 

Tome Nota
Oppo Reno12 Pro – €649,99
oppo.com/pt/

Benchmarks Antutu: 711333 • CPU 217862 • GPU 148707 • UX 143136 • Memória 201628 • 3DMark Wild Life: 3162 (18.94 fps) • Wild Life Extreme: 855 (5.13 fps) • PCMark: Work 3.0 12502; Autonomia: 15h23 • Geekbench: CPU (Single/Multi) 517/2021 • GPU 2464

Ecrã Bom
Construção Bom
Câmara Bom
Autonomia Bom

Características Ecrã FHD+ AMOLED de 6.7” (2412×1080, 60/90/120Hz, 600/1200 nits) • MediaTek Dimensity 7300-Energy com GPU Arm Mali-G615 • 12 GB de RAM • 512 GB de armazenamento • Câmaras: traseiras de 50 + 8 + 50 MP; e frontal de 50 MP • Bateria de 5000 mAh • Android 14 com ColorOS 14.1 • IP65 • 161,5×74,8×7.4 mm, 180g (modelo na cor Preto)

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 3

Global: 3,7

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