Organização de protesto na Universidade de Lisboa denuncia oito detenções

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Catarina Bio, porta-voz do movimento de protesto pelo cessar-fogo em Gaza, disse que a polícia entrou na faculdade por volta das 22h00 e "algumas pessoas foram obrigadas a sair e oito pessoas foram detidas, algemadas e levadas pela polícia".

A agência Lusa contactou o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (Comtelis), que disse não haver "nada a comentar".

Hora antes, a PSP tinha confirmado à Lusa a presença de um dispositivo policial no local, sem adiantar detalhes sobre o motivo ou o resultado dessa presença.

Ao serem retiradas por um dos portões laterais da faculdade pelas forças policiais, uma manifestação de apoio à frente do edifício mobilizou-se para esse portão, disse Joana Fraga, outra porta-voz da ocupação, que decorre no átrio da faculdade e exige "um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza e o fim ao fóssil até 2030".

"À nossa chegada, houve bastante violência policial. Falo de fortes empurrões e bastonadas, deixando inclusivamente pais de estudantes, que se encontravam a apoiar o protesto, no chão", contou.

A representante referiu ainda que os oito detidos se encontram na esquadra dos Olivais, que vão passar a noite "noutro local e amanhã serão presentes a juiz".

Anteriormente, uma outra fonte deste movimento estudantil, que não se quis identificar, disse à Lusa que a PSP surgiu na faculdade com entre 20 a 25 agentes e que à porta do edifício estavam cerca de 50 pessoas em solidariedade com os estudantes.

Joana Fraga disse que, na terça-feira, quando começou a ocupação, decorreu uma reunião com a direção e "houve um compromisso de não despejar e dar ordem de dispersão desde que se fosse mantida a atividade letiva normal e que esta ocupação não perturbasse a atividade letiva normal".

A porta-voz garantiu que até quinta-feira "todas as aulas têm acontecido com normalidade".

"Houve aqui, de certa forma, uma quebra desta palavra que ainda estamos a tentar perceber, ainda estamos a tentar dialogar e entrar em contacto com a direção para perceber o que é que aconteceu", acrescentou.

Movimentos de estudantes universitários e do ensino secundário portugueses, incluindo a Greve Climática Estudantil e os Estudantes pela Justiça na Palestina, convocaram a ocupação, associando-se a um protesto estudantil que se iniciou nos 'campus' norte-americanos e já se estendeu a universidades de várias cidades europeias, do Canadá, México e até Austrália, a exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

Na terça-feira, as direções do Instituto de Educação e da Faculdade de Psicologia, que funcionam no mesmo edifício, referiram que as atividades académicas decorreram com normalidade, apesar do protesto estudantil.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro, no qual morreram cerca de 1.200 pessoas e duas centenas foram feitas reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou quase 35.000 mortos, indicou o Hamas, no poder no enclave palestiniano desde 2007.

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