Os desafios de 2024 nos Açores

6 meses atrás 5463

A economia, tanto ao nível micro como macro, é determinante em qualquer região do mundo, independentemente da respetiva dimensão.

Nos Açores, devido à impossibilidade de desenvolver economias de escala, uma vez definidos os setores onde podemos maximizar as nossas potencialidades, deve existir uma aposta clara nos mesmos.

Nesse sentido, até pelo crescimento que tem revelado, o Turismo reúne as condições necessárias para ser potenciado, até pelo impacto que tem nos restantes setores de atividade. O facto de sermos o primeiro arquipélago a ser certificado como destino turístico sustentável, permite-nos valorizar as nossas condições de destino de natureza.

Já referi várias vezes, a última em finais de 2023, no fórum das Ordens Profissionais, realizado pela AGEAS Seguros, que teve lugar em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, que a melhor forma de valorizar os nossos produtos é garantir que os turistas que nos visitam os levam no estômago ou nas suas malas, evitando inclusive os gastos com transportes.

Sem dúvida que, tendo estes obtido a sua aprovação, falarão deles ao seu círculo de familiares e amigos, aguçando a curiosidade destes e, quem sabe, levando-os a visitar os Açores na primeira oportunidade.

Sendo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) um fator determinante para o desenvolvimento da economia regional, importa garantir as condições de estabilidade que permitam a sua execução na plenitude e dentro dos prazos fixados, os quais, como sabemos, são bastantes exigentes, principalmente numa altura em que se verifica escassez de mão de obra e os preços praticados subiram em flecha, em virtude da instabilidade que se tem verificado no mundo nos últimos dois anos.

Recentemente, no seguimento das eleições de 4 de fevereiro, tomou posse o novo Governo Regional. Sem maioria absoluta, tendência que se vem verificando cada vez mais em todo o mundo, importa conciliar as diversas tendências através de um diálogo efetivo e construtivo.

Sendo o Governo Regional constituído por três partidos, garante-se, desde logo, uma visão partilhada, a qual deve ser complementada pelas restantes visões, de forma a salvaguardar a execução do plano previsto para 2024.

A maioria relativa não pode significar um ano perdido, sendo essencial para a economia que todas as forças políticas no Parlamento Regional se foquem naquilo que é melhor para os açorianos, e estejam ao nível da responsabilidade que estes lhes conferiram nas eleições.

A coluna quinzenal Pensar a Economia é uma parceria JE | Ordem dos Economistas.
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