Padrasto mata menino de 12 anos durante castigo por gostar de bonecas

2 semanas atrás 46

Um menino de 12 anos, Luiz Fellipe Darulis, foi morto pelo padrasto na cidade brasileira de Monte Mor, a 118 km de São Paulo, durante uma brutal sessão de exercícios físicos corretivos para tentar fazê-lo deixar de gostar de bonecas. O padrasto, Cirilo Abe Barreto, de 46 anos, que durante a longa sessão também agrediu o enteado com um pedaço de madeira, tentou disfarçar a causa da morte de Luiz Fellipe, mas acabou por ser preso.

Sozinho em casa com o menino, o padrasto, que trabalhava como professor temporário em Hortolândia, uma cidade próxima, obrigou Fellipe a fazer uma interminável sessão de agachamentos ininterruptos como forma de tentar "curar" o adolescente da atração que tinha por bonecas. Quando Fellipe, exausto após se agachar e levantar vezes sem conta e em ritmo forte parava ou desfalecia, era agredido com uma ripa nas pernas, sendo forçado a retomar o castigo.

A certa altura, de acordo com o que a polícia de Monte Mor já apurou, o menino deixou de conseguir respirar e caiu de vez. Foi assim que a mãe, ao chegar a casa, o encontrou, já inanimado, molhado de suor e de urina e sujo de vómito.

Ela levou o filho para as urgências do Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus, mas o menino já chegou morto àquela unidade de saúde. Cirilo contou que o enteado se tinha sentido mal ao fazer exercícios e desmaiado, mas o médico de plantão, ao perceber as marcas de espancamento, chamou a polícia e o padrasto foi preso, tendo tido a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pelo juíz a que foi presente.

No funeral de Luiz Fellipe, no Cemitério Municipal de Monte Mor, professores e alunos da escola onde ele estudava descreveram-no como um menino aplicado aos estudos, muito educado, um adolescente doce com todos em seu redor. Docentes e estudantes confirmaram que o menino tinha paixão por bonecas e que gostava muito de brincar com elas, motivo que já o tinha feito vítima de outros castigos por parte do padrasto, que temia muito, terá confidenciado a colegas sem, no entanto, fazer uma denúncia formal, exatamente por receio de sofrer represálias ainda piores.

Para o inspetor da Polícia Judiciária de Monte Mor que comanda a investigação, Fernando Bueno, há fortes indícios de que o brutal assassínio de Luiz Fellipe tenha tido motivação homofóbica. Depois de incriminado em Monte Mor, Cirilo foi enviado para a Cadeia Pública de Sumaré, outra cidade da área metropolitana de Campinas, onde aguardará o fim da investigação e o julgamento. 

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