"Quando países como o Mali ou o Burkina Faso chamam forças exteriores, como o grupo Wagner, para resolver os problemas de segurança, o que vemos é que os problemas ficam mais graves e difíceis", disse o governante norte-americano, equivalente a ministro dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus.
Em entrevista ao Africa Report em Lagos, na Nigéria, em francês, Antony Blinken acrescentou que "a violência, os extremismos e o terrorismo nos Estados que recorreram ao grupo Wagner estão a aumentar, não a diminuir, e a isto junta-se a exploração de recursos e de pessoas, portanto [o recursos a grupos paramilitares] não é a resposta, e não somos nós que o dizemos, basta ver o que se passa nesses países", argumentou o governante norte-americano, que esta semana visitou a Costa do Marfim, Cabo Verde, Angola e Nigéria.
Questionado sobre como pode o Níger sair da crise em que está, Blinken insistiu no papel da CEDEAO para "convencer a junta militar a regressar à ordem constutcional com um calendário muito claro e limitado" e disse que as sanções seriam levantadas quando isso acontecer.
"O regresso à ordem constitucional e à democracia é essencial, os governos têm também de ouvir e responder ao povo", apontou, reconhecendo que "não é fácil (...), mas vemos o que acontece quando se faz outra escolha, as coisas não correm bem, pioram, especialmente para as populações", concluiu.
A junta militar está no poder no Níger desde que suspendeu a Constituição e todas as instituições democráticas do país, a 26 de julho, um golpe que levou à imposição de sanções por parte da comunidade internacional.
A junta, que ainda não fixou uma data para possíveis eleições democráticas, já contactou os governos golpistas do vizinho Mali (onde operam as milícias russas de Wagner) e do Burkina Faso, ambos próximos de Moscovo.
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