Países da UE exigem "mais sanções" contra Rússia após morte de Navalny

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Os países da União Europeia, incluindo a Alemanha, estão a pedir "mais sanções" contra a Rússia após a morte na prisão do opositor russo, Alexei Navalny.

Os Estados-membros da UE já estavam a discutir um pacote de medidas para assinalar o segundo aniversário da invasão russa da Ucrânia, que se assinala no próximo sábado, dia 24 de fevereiro, conforme avança a Sky News.

Este será o 13.º conjunto de sanções da UE desde que as tropas de Moscovo atravessaram a fronteira e encetaram um conflito armado em território ucraniano.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse esperar que os países procurem sanções específicas contra certos funcionários russos devido à morte de Navalny.

"Os Estados-Membros vão propor novas sanções contra os responsáveis. O responsável é o próprio Putin. Podemos ir até à estrutura institucional do sistema penitenciário na Rússia. Mas não se esqueçam de quem é o verdadeiro responsável pela morte de Navalny", declarou Borrell.

Entretanto, o responsável europeu revelou, numa publicação na rede social X (antigo Twitter) que expressou, em nome da UE, "as mais profundas condolências a Yulia Navalnaya".

"Vladimir Putin e o seu regime serão responsabilizados pela morte de Alexei Navalny", acusou, acrescentando que Yulia acautelou que "Putin não é a Rússia [e] a Rússia não é Putin".

We expressed the EU’s deepest condolences to Yulia Navalnaya

Vladimir Putin & his regime will be held accountable for the death of Alexei @navalny

As Yulia said, Putin is not Russia. Russia is not Putin

We will continue our support to Russia’s civil society & independent media pic.twitter.com/LbXNerR9nI

— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) February 19, 2024

De recordar que Yulia Navalnaya esteve hoje em Bruxelas e foi recebida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros da UE, hoje reunidos na capital belga.

No encontro, os ministros europeus levantaram-se e aplaudiram longamente Yulia, no final de um breve discurso, segundo relatou um diplomata europeu citado pela agência francesa AFP.

Na intervenção, Yulia Navalnaya reafirmou o seu compromisso em continuar a luta do marido, reconhecido como o principal adversário político de Vladimir Putin.

"Alexei Navalny foi um herói e morreu como um herói", acrescentou a viúva.

Yulia Navalnaya também exigiu que a UE repreendesse Putin e "os oligarcas corruptos" que o apoiam, segundo o mesmo relato.

Vários ministros europeus afirmaram ser a favor de novas sanções contra a Rússia, antes do encontro com a viúva de Alexei Navalny.

"Implementaremos novas sanções", prometeu a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock.

"Putin é um assassino. Putin assassinou uma pessoa que lutou pela liberdade, pela democracia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna.

Para vários ministros, a melhor forma de enfraquecer o Presidente russo é ajudar a Ucrânia no seu esforço de resistência à invasão.

O alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros anunciou uma proposta para renomear o regime de sanções europeias para violações dos direitos humanos. 

"Para lhe prestar homenagem e honrar a sua memória vamos [a Comissão Europeia] propor aos ministros renomear o nosso regime de sanções sobre direitos humanos com o seu nome, e chamar-lhe 'o Regime de Sanções sobre os Direitos Humanos Navalny', para que o seu nome esteja para sempre escrito no trabalho da UE a defender os direitos humanos", sustentou.

O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, anunciou na sexta-feira o serviço penitenciário federal da Rússia.

Navalny, de 47 anos, estava numa prisão no Ártico, a cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, de acordo com aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Durante o fim de semana realizaram-se vigílias de homenagem a Alexei Navalny em vários países.

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