Palestina: EUA apresentam nova proposta, que vai ser analisada pelos beligerantes

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Estados Unidos consideram o novo plano como realizável de imediato. Negociações foram suspensas até à próxima semana para que as duas partes em conflito se debrucem sobre a matérias. Ministros britânico e francês estão em Israel.

FILE PHOTO: A man walks with a Palestinian flag, as Palestinians clash with Israeli forces during a protest against what organizers say are Israel’s measures of keeping bodies of dead prisoners, near Qalandia in the Israeli-occupied West Bank December 27, 2022. REUTERS/Mohamad Torokman/File Photo

Um novo plano para um cessar-fogo em Gaza foi apresentado esta sexta-feira pelos Estados Unidos no quadro das negociações que estão a decorrer em Doha, no Qatar – e que envolvem também o Egipto. Segundo um comunicado conjunto dos três países que lideram as negociações, a nova proposta pretende “preenche as lacunas” que os esboços anteriores apresentavam – e que levou ou Israel ou o Hamas a entenderem que não podiam ser aceites.

Com a nova proposta, diz ainda o comunicado avançado pela Reuters, as duas partes envolvidas são confrontadas com uma solução que “permite uma rápida implementação” de um cessar-fogo em Gaza. A proposta está em linha com o que a administração norte-americana já tinha avançado anteriormente – o que quer dizer que, com base em recusas anteriores, as duas partes vão com certeza sentir-se seguras para recusar. De qualquer modo, e segundo as agências internacionais, a proposta vai agora ser analisada pelas partes, o que implicou a suspensão das negociações e o seu reinício na próxima semana.

O plano, em três fases, prevê um cessar-fogo, a libertação dos reféns israelitas pelo Hamas e de prisioneiros palestinianos por Israel. Prevê também que as tropas israelitas deixariam o território de Gaza, e os palestinianos que saíram de casa no conflito – mais de dois milhões – possam voltar para suas casas. Na altura, Biden disse também que os Estados Unidos se comprometeriam com a reconstrução de Gaza, começando por casas, escolas e hospitais.

A proposta não foi bem recebida e rapidamente entrou em desagregação – com Israel a deixar claro que não pretende sair de Gaza no final da guerra.

As negociações que (re)começaram esta sexta-feira pretendem ir mais longe que um mero cessar fogo. Os esforços internacionais vão no sentido de evitar que o conflito em Gaza se transforme numa guerra regional mais ampla. Os ministros das Relações Exteriores britânicos e franceses fazem uma visita conjunta a Israel, enquanto as negociações de cessar-fogo prosseguem no Qatar.

Este renovado impulso diplomático ocorre numa altura em que o número de mortos palestinianos em Gaza pode ter ultrapassado os 40 mil – uma questão que também passou a ser polémica, dado que os números são da responsabilidade da Palestina e recusados por Israel e pelos seus aliados.

“Este é um momento perigoso para o Oriente Médio”, disse o secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy. “O risco de a situação sair do controlo está a aumentar. Qualquer ataque iraniano teria consequências devastadoras para a região”, referiu, citado pela imprensa internacional.

Lammy e o ministro das Relações Exteriores da França, Stephane Sejourne, devem realizar uma reunião conjunta com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, e o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. “Nunca é tarde demais para a paz”, disse Sejourne. “Devemos a todo custo evitar uma guerra regional, que teria consequências terríveis”.

Os mediadores internacionais acreditam que a melhor esperança para acalmar as tensões é um acordo entre Israel e o Hamas para interromper o conflito e garantir a libertação de reféns israelitas. As novas negociações começaram esta quinta-feira. O Hamas, que não participou diretamente das negociações de quinta-feira, acusa Israel de adicionar novas exigências a uma proposta anterior que teve apoio dos Estados Unidos e da comunidade internacional e com a qual o Hamas concordou em princípio. Israel acusa o Hamas de adicionar suas próprias novas exigências.

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