Palestina? "Precisamos da intervenção de uma 3.ª parte para uma solução"

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"A situação é muito grave. Há membros do Governo israelita que não nos querem ver, nem como Estado, nem como autoridade, este é o problema", disse Mohamed Shtayyeh à margem da Conferência de Segurança de Munique, que termina hoje na Alemanha.

O primeiro-ministro palestiniano acentuou que, pela primeira vez, os palestinianos não têm "um parceiro em Israel" com quem possam sentar-se e falar: "E quando não há um parceiro, não pode haver um processo, é por isso que precisamos da intervenção de uma terceira parte que pode ser a Europa, a ONU, os Estados Unidos ou os países árabes para chegar a uma solução", defendeu.

"Quando as pessoas falam do dia seguinte, não estamos a falar apenas do dia seguinte em Gaza, mas em toda a Palestina", salientou, questionando: "De que serve controlar as coisas em Gaza se a situação pode explodir na Cisjordânia?", numa alusão à pressão contínua do Governo israelita contra os palestinianos na Cisjordânia.

As declarações de Shtayyeh surgem dias depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter reiterado a sua rejeição à criação de um Estado palestiniano, salientando que se isso acontecesse, após o atentado do Hamas de 7 de outubro, no qual morreram 1.200 pessoas, seria a "maior recompensa para o terror, que não tem precedentes e impedirá qualquer futuro acordo de paz"

Na conferência, o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, admitiu ainda ser possível um acordo com o grupo islamita Hamas, mas apenas se seguir os princípios da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que são "muito claros".

"Se o Hamas estiver disposto a procurar uma fase comum connosco, nós estamos dispostos. Se não estiver, é uma história diferente. Mas precisamos da unidade palestiniana", defendeu num painel da conferência sobre o futuro das relações israelo-palestinianas.

"Não vamos para o terreno deles. Queremos que eles venham para o nosso terreno. O nosso terreno é muito claro", disse, considerando que "os palestinianos têm de estar debaixo de um mesmo guarda-chuva".

Mas, ressalvou Shtayyeh, "para que o Hamas seja membro da OLP, há certas condições prévias. Se não conseguirem cumprir esses pré-requisitos (...) , então a história é outra".

Avançou ainda que não estão a falar diretamente com o Hamas, mas recordou o convite da Rússia para uma próxima reunião de todos os grupos palestinianos, onde poderão ter lugar conversações.

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