Paquistão começa a escolher novo governo

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Os centros de votação para as eleições gerais do Paquistão abriram às 08h00 (03h00 em Lisboa), com encerramento previsto às 17h00 (12h00 em Lisboa), disse a Comissão Eleitoral do Paquistão, que espera iniciar a contagem em seguida.

Mais de 700 mil efetivos de segurança, militares e civis, foram destacados para todo o país para fazer face a qualquer situação adversa, informou a comissão.

As províncias do Baluchistão (sudoeste) e de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste) foram palco de ataques de rebeldes durante as últimas semanas da campanha, visando principalmente as assembleias de voto e os candidatos.

Na quarta-feira, dois ataques contra escritórios de candidatos políticos causaram pelo menos 26 mortos e 49 feridos no sul do Baluchistão.

A campanha eleitoral tem sido marcada por ataques contra candidatos e pessoal da Comissão Eleitoral, especialmente naquelas duas províncias onde os movimentos rebeldes armados têm uma forte presença.

Consequentemente, metade das 90.582 assembleias de voto estão em risco de violência ou de ataques. No volátil Baluchistão, este número sobe para 80%, de acordo com a autoridade eleitoral.

Perante este cenário, o Governo interino anunciou, esta manhã, a suspensão temporária dos serviços de Internet e de telemóveis em todo o país como medida de segurança.

"A fim de atenuar eventuais ameaças à segurança, surgiu a necessidade de tomar medidas de proteção. Por conseguinte, foi decidido suspender temporariamente os serviços móveis em todo o país", declarou o Governo, em comunicado.

A insegurança é agravada pelo estado precário da economia, que registou um crescimento negativo de -0,47% em 2023, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional, e um cenário político polarizado.

Com o ex-primeiro-ministro Imran Khan, de 71 anos, desqualificado e na prisão, depois de ter sido condenado em múltiplos casos na semana passada, o rival e também antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif, de 74 anos, está a posicionar-se como vencedor do escrutínio, apoiado pelo poderoso exército paquistanês.

A ausência de Khan nas sondagens não é a única a registar.

No primeiro país muçulmano a ter uma mulher como primeira-ministra em 1988, com a vitória de Benazir Bhutto, 46% dos 128 milhões de eleitores recenseados são mulheres, mas apenas 313 mulheres lutam por um lugar no parlamento entre 5.112 candidatos.

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