«Para os clubes crescerem, devem olhar para os exemplos do FC Porto e Sporting»

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No arranque da sexta edição do Fórum Internacional da Quarentena da Bola - espaço de debate criado por Rémulo Marques, antigo jornalista e diretor desportivo com passagens por Boavista, Fafe, FC Zimbru, Leixões e Camacha -, a última sessão do dia ficou marcado pelas palestras de Renato Paiva e Nuno Campos.

Com a presença exclusiva do zerozero como media partner, os treinadores portugueses que trabalham juntos - pela primeira vez na carreira - no Toluca (México) abordaram o «casamento» entre ambos e discutiram uma série de temas, entre os quais a «ausência de projetos desportivos em Portugal» e a «facilidade» em despedir treinadores.

Nuno Campos, técnico adjunto do emblema mexicano, abordou a importância de dar confiança aos treinadores, ter um projeto e mencionou os «bons exemplos» de Conceição, no FC Porto, e Amorim, no Sporting.

«Para os clubes crescerem, devem olhar para os exemplos de cima. O Rúben Amorim não deixou de ser um grande treinador por ter ficado em quarto lugar. Aliás, no ano seguinte foi campeão. O Rúben é o mesmo e está cada vez melhor. Ele está num patamar gigantesco em termos de trabalho. Olhando para os exemplos do Conceição [n.d.r: esteve sete anos ligado ao FC Porto], Amorim... são bons exemplos. Quando correu mais ou menos, as direções apoiaram e mostraram que o caminho era por ali. Isto fez com que as equipas melhorassem. As adminstrações rapidamente percebem, se verem os treinos, quais são os bons treinadores. É preciso paciência e temos muita qualidade em Portugal. Não estamos é a conseguir provar às adminstrações que é mau ter três treinadores num ano.»

Em relação à experiência no México e à qualidade do jogador mexicano, Nuno Campos foi questionado sobre as razões dos clubes portugueses não apostarem tanto no mercado mexicano, apontando para o «fator financeiro» como o principal motivo.

«O jogador mexicano não é procurado por um grande motivo: financeiro. Os clubes têm muito dinheiro e dificilmente são convencidos por cinco ou seis mihões. A outra parte é de salário. O jogador no México ganha muito dinheiro. A única forma de o convencer é pelo projeto desportivo. Mas há outros que pensam mais no dia a dia e na família. É difícil convencer-los», explanou.

«O campeonato mexicano foi uma surpresa muito positiva. Estádios cheios, com milhares de pessoas. Não há jogos com estádios vazios. A liga mexicana é a quarta mais vista do mundo e os direitos televisivos são muito caros, porque há uma grande comunicadade mexicana nos Estados Unidos. É um campeonato que gera muitas expectativas e depois vim encontrar condições de trabalho fantásticas, ao nível dos clubes grandes portugueses. Falta melhorar na formação e no conhecimentos dos treinadores e o jogador mexicano, por vezes, relaxa-se muito», finalizou.

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