A Île-de-France Mobilités (ÎdFM), autoridade que coordena os transportes públicos na região de Paris, alertou para uma deterioração “preocupante” do serviço de muitas linhas, com quase metade das rotas do metro afetadas, a oito meses de Paris2024.
Em comunicado, a autoridade pública responsável pelos transportes na capital francesa notou que, em relação ao metro, há “uma situação de degradação que perdura”, com apenas quatro das 14 linhas a apresentarem resultados superiores ou iguais aos objetivos estipulados, enquanto outras quatro se aproximam destes sem alcançá-los.
A ÎdFM considera as outras seis linhas “em dificuldades”, que são especialmente sérias no caso de cinco delas, uma vez que o metro tem uma taxa de pontualidade inferior a 85%, algo que “não existia antes da covid-19”.
A análise aos problemas de regularidade “mostra que, apesar das contratações massivas, a indisponibilidade dos condutores (absentismo, doença, etc.) é a principal causa dos serviços cancelados”, que, em algumas linhas, representa quase 50%.
Em relação aos comboios suburbanos, a entidade indicou que há cinco linhas com problemas, embora em dois dos casos estes sejam conjunturais, e oito próximas dos objetivos.
Esta avaliação negativa surge numa altura em que os transportes parisienses estão sob escrutínio mundial, depois de ter sido anunciado que os preços dos bilhetes duplicariam no próximo verão: por exemplo, o bilhete semanal para a região de Paris passará de 30 para 70 euros e o individual para metro e autocarro subirá de 2,10 para quatro euros.
O tema dos transportes é, a par da segurança, o principal desafio para os organizadores de Paris2024, com a autarca da capital francesa, Anne Hidalgo, a admitir há duas semanas que os transportes públicos de Paris não vão estar preparados para os Jogos Olímpicos, evocando um número e uma frequência insuficiente de comboios em alguns locais.
No entanto, o Comité Olímpico Internacional (COI) revelou na semana passada que foi tranquilizado pelas autoridades francesas relativamente aos transportes de Paris2024, com o governo daquele país a rejeitar também as alegações de Hidalgo.