Parlamento debate Orçamento do Estado na generalidade

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Momento-Chave

Pedro Nuno Santos frisa que reformas estruturais do OE já estavam previstas pelo PS

Pedro Nuno Santos diz que o plano de médio prazo e as reformas estruturais no Orçamento do Estado são “na sua generalidade as reformas estruturais que já estavam previstas pelo Governo do PS”.

Criticando o primeiro-ministro por apresentar “uma trajetória de crescimento abaixo de três por cento”, o líder socialista questionou “qual é a reforma estrutural nova que vai fazer disparar, duplicar a taxa de crescimento em 2028 para 3,4 por cento?”.

Pedro Nuno Santos quis ainda saber quais são os setores da Administração Pública “que têm funcionários a mais”, tendo em conta a regra de que por cada saída apenas pode entrar um novo trabalhador.

Referiu-se ainda às declarações de Montenegro de que nenhum paciente oncológico espera para lá do tempo máximo recomendado para cirurgias. “Nós partimos sempre do princípio que o senhor primeiro-ministro quando fala, fala a verdade”, declarou, passando a pedir para que o Ministério da Saúde volte a publicar, no Portal Mais Transparência, os dados sobre tempos de espera.


Momento-Chave

"Para este Governo, há vida e objetivos para além do excedente orçamental"

“Este é um orçamento que reforça o Estado”, disse, lembrando que dado o contexto internacional, é exigida “responsabilidade”.

“Responsabilidade significa equilíbrio orçamental, uma marca identitária dos Governos do PSD e da AD. Prudência exige um orçamento executável, num contexto internacional incerto. Por isso, as nossas previsões de crescimento económico são até menores do que as do FMI ou do Conselho de Finanças Públicas”, explicou.

“De que serviriam contas certas se apesar dos portugueses estarem asfixiados em impostos, o Estado engordava e os serviços públicos definhavam?”, questionou, em jeito de crítica ao anterior Governo.

“Aqui está talvez a maior das diferenças. Para este Governo, há vida e objetivos para além do excedente orçamental”, rematou.

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"Este é o primeiro orçamento em muitos anos que não aumenta um único imposto"

“Este é o primeiro orçamento em muitos anos que não aumenta um único imposto”, disse Montenegro, recebendo aplausos da bancada do PSD e do CDS.

O primeiro-ministro destaca o bónus dado aos pensionistas, bem como as medidas de apoio aos jovens, enumerando medidas como o alargamento do IRS Jovem, o reforço da rede de creches gratuitas, a isenção de custos como o IMT e imposto de selo na aquisição da primeira habitação.

“Ao contrário daqueles que antes encolhiam os ombros porque nada podia ser feito e que agora também nos criticam por fazer, não nos conformamos e tudo fazemos para evitar que a nossa geração mais qualificada sinta necessidade de sair de Portugal em busca de uma oportunidade”, declarou.

O primeiro-ministro realçou também a “aceleração do investimento público para dar resposta à crise na habitação que há vários anos se vem agravando”.

“Este é um orçamento que reforça o Estado”, disse, lembrando que dado o contexto internacional, é exigida “responsabilidade”.

“Responsabilidade significa equilíbrio orçamental, uma marca identitária dos Governos do PSD e da AD. Prudência exige um orçamento executável, num contexto internacional incerto. Por isso, as nossas previsões de crescimento económico são até menores do que as do FMI ou do Conselho de Finanças Públicas”, explicou.

Momento-Chave

Montenegro diz que Orçamento "não é a proposta inicial, mas marca a mudança política em Portugal"

O primeiro-ministro deu início ao debate do Orçamento do Estado para 2025.

Na sua declaração inicial, Luís Montenegro começou por sublinhar que este é um Orçamento que tem “diversas propostas acolhidas” dos partidos da oposição, nomeadamente do PS.

Montenegro diz que a proposta que o Governo apresentou ao PS “é um compromisso até ao limite do razoável, aquele limite a partir do qual se desvirtuaria o programa do Governo”.

“Ir para além disto em aspetos essenciais, seja na generalidade ou na especialidade, descaracterizaria o orçamento e constituiria uma ofensa à vontade política expressa pelos portugueses nas últimas eleições”, afirmou.

Por este motivo, Montenegro admite que esta “não é a proposta inicial, mas marca a mudança política em Portugal".

“Este orçamento marca uma mudança de direção política em Portugal, o início de um novo ciclo de transformação estrutural”.

“Este é um orçamento da Aliança Democrática, diferente de qualquer outro e que qualquer outro partido poderia apresentar”, acrescentou, afirmando que “demonstra que há uma alternativa que garante contas equilibradas, redução de impostos, capacidade reformista, investimento nos serviços públicos e melhoria das condições de vida dos portugueses”.

“É um orçamento ao serviço das pessoas, que reforça o Estado e aposta nas empresas”, disse o primeiro-ministro, lembrando que a proposta de OE hoje em debate baixa IRS e IRC, prevê um crescimento superior ao deste ano e um excedente de 0,3%, assim como uma nova redução da dívida e redução da despesa pública.

Momento-Chave

Luís Montenegro já chegou à Assembleia da República, onde começou a esta hora o debate na generalidade do Orçamento do Estado.

Momento-Chave

Orçamento do Estado. Os argumentos dos líderes parlamentares de PSD e PS

Foto: Nuno Patrício - RTP

Hugo Soares, o líder parlamentar do PSD, diz que está tranquilo quanto à fase da discussão do Orçamento na especialidade. Alexandra Leitão diz que não vai fazer nada para desvirtuar os grandes números.

Momento-Chave

PS e PSD garantem que este "não é um orçamento do Partido Socialista"

Respondendo às críticas dos vários partidos, PS e PSD garantem que “este não é um orçamento do Partido Socialista”.

Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, reiterou que a abstenção dos socialistas “tem como objetivo evitar mais umas eleições em tão pouco espaço de tempo”. “Não significa que este seja um orçamento do PS ou que o PS o acompanhe na sua maioria”, sublinhou.

“O PS é um partido responsável e tem um compromisso com os portugueses, não com o PSD”, acrescentou.


Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, também insistiu que este é o orçamento da Aliança Democrática, “muito diferente dos últimos oito orçamentos apresentados pelo PS”.

Em declarações à RTP, os dois líderes parlamentares trocaram ideias sobre várias matérias, nomeadamente sobre o IRC e o IRS Jovem – aquelas que eram as duas linhas vermelhas do PS em relação ao orçamento.

PAN exorta PM a "pagar o que deve aos animais" acusando Governo de dívida de 13 milhões

O PAN criticou hoje o Governo pelo que diz ser a ausência de apoio financeiro à proteção animal na proposta orçamental para 2025, lançando uma campanha onde exorta o primeiro-ministro a "pagar o que deve aos animais".

O Pessoas-Animais-Natureza instalou esta terça-feira, dia de arranque do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025, um `outdoor` junto à Assembleia da República, em Lisboa, com a mensagem "Montenegro paga o que deves aos animais".

Segundo o PAN, falhou a execução de verbas previstas no Orçamento de Estado para este ano, e faltam estes apoios na nova proposta orçamental que vai hoje a debate em plenário.

Em comunicado, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real sublinha que a sobrevivência das instituições que protegem os direitos dos animais "está a ser posta em causa, porque este Executivo, liderado por Luís Montenegro, além de não pagar o que deve, executando a verba, não prevê qualquer apoio financeiro para a causa animal no OE 2025".

"O Governo tem uma dívida de 13 milhões de euros para com a causa animal, uma vez que continua por executar a verba prevista no OE para 2024 destinada a apoiar financeiramente as instituições e associações que, dia após dias, defende os direitos dos animais", afirma Sousa Real.

Além de querer ver o Governo "assumir o compromisso de saldar as suas dívidas", o PAN quer ainda que seja desenvolvida pelo executivo uma estratégia nacional de proteção dos direitos dos animais, através do reforço das políticas de bem-estar animal.

A alegada falta de verbas para a proteção animal - apontada pelo PAN como uma das principais justificações do partido ao voto contra a proposta orçamental para 2025 - já foi rejeitada pelo ministro da Agricultura que garantiu que a dotação orçamental para o bem estar animal será reforçada no Orçamento do Estado de 2025, com um montante estimado em quase 500.000 euros.

De acordo com o ministro, há verbas previstas na dotação global do Ministério da Agricultura, mas também no Ministério das Finanças, embora não constem no articulado da proposta de lei apresentada na semana passada, à semelhança de outros investimentos.

Momento-Chave

CDS e BE em polos opostos em relação ao Orçamento

O CDS, partido que compõe o Governo da Aliança Democrática, vai votar a favor do OE2025.

Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS, considera que “este é um bom orçamento”, que “melhora a vida das pessoas e coloca Portugal numa trajetória de crescimento económico”.

Por outro lado, o Bloco de Esquerda já anunciou que vai reprovar esta proposta de orçamento. Marisa Matias, deputada do BE, diz que este orçamento “é uma armadilha para o país”.


Paulo Núncio diz que por ser um orçamento que “melhora a vida das pessoas, não é de estranhar que forças extremistas, quer de um lado quer do outro, se juntem contra este Orçamento”.

Marisa Matias condenou estas “falsas equiparações” entre BE e o Chega.

Momento-Chave

PCP e Chega divergem em relação à descida do IRC

PCP e Chega vão ambos votar contra o Orçamento do Estado, mas os motivos não são os mesmos.

Os dois partidos divergem em muitas matérias, nomeadamente na baixa do IRC. O Chega vai votar a favor desta medida e vai propor uma baixa do IRC em 2%.

O PCP vai votar contra esta proposta por considerar que “vai aprofundar a injustiça fiscal”.


Paula Santos, líder parlamentar do PCP, considera que “este orçamento parte de uma opção política que tem como objetivo o favorecimento dos interesses dos grandes grupos económicos”.

Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, diz que este é um “orçamento de propaganda”. “Um ano depois, temos o mesmo orçamento socialista”, que “não baixa a carga fiscal nem os impostos às pessoas”.

Momento-Chave

IL, Livre e PAN explicam voto contra o Orçamento

A Iniciativa Liberal, o Livre e o PAN já anunciaram que vão votar contra o Orçamento do Estado para 2025.

Em declarações à RTP, Mariana Leitão, líder parlamentar da IL, disse que “este orçamento vai exatamente em linha com os orçamentos dos anos anteriores do Partido Socialista”.

“Era preciso que houvesse uma descida substancial da carga fiscal e também medidas concretas que permitissem baixar a despesa do Estado. Nada disso é visível neste orçamento, muito pelo contrário”, afirmou.


O Livre vai votar, pela primeira vez, contra um Orçamento do Estado. Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do partido, considera que o documento do Governo da AD “agrava as desigualdades”. “As descidas de impostos são problemáticas porque beneficiam sobretudo quem já tem mais e, ao mesmo tempo, o Governo não reforça o investimento público”, argumentou.

Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, considera que “este orçamento representa retrocessos” e descreve-o como um “orçamento de propaganda”.

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Concentração em São Bento

Técnicos de emergência protestam em dia de discussão do Orçamento do Estado

Esta quarta-feira há greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar. É uma paralisação às horas extraordinárias e por tempo indeterminado. Os profissionais exigem a revisão da carreira e melhores condições salariais.


Estão a manifestar-se junto do Parlamento, onde começa a ser discutida na generalidade a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

Momento-Chave

PIB cresce 1,9% em termos homólogos e 0,2% em cadeia no terceiro trimestre

A economia portuguesa cresceu 1,9% no terceiro trimestre deste ano, em termos homólogos, e 0,2% face ao trimestre anterior, segundo a estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A taxa de crescimento homóloga foi 0,3 pontos percentuais superior à registada no segundo trimestre deste ano, explicando o INE que "o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB [Produto Interno Bruto] aumentou ligeiramente no terceiro trimestre, verificando-se uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento".

Por outro lado, o "contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, registando-se uma aceleração das importações e das exportações de bens e serviços".

Momento-Chave

Primeiro-ministro abre 257 minutos de discussão

Os trabalhos têm início às 15h00 com uma intervenção de Luís Montenegro. Para esta quarta-feira, primeiro dia do debate na generalidade, estão previstos 257 minutos de debate.


A votação acontece na quinta-feira.

Momento-Chave

O que esperar da discussão do Orçamento do Estado?

Foto: Pedro A. Pina - RTP

A Assembleia da República começa esta quarta-feira a debater a proposta do Orçamento do Estado para 2025, a primeira do Governo da Aliança Democrática.

Apesar da aprovação garantida com a abstenção do PS, pode sair do Parlamento um documento diferente do que entrou, porque PSD e CDS não têm maioria e estão sujeitos a verem aprovadas medidas que não subscrevem.

Para já, não haverá surpresas, mas o problema pode estar na fase da especialidade.

O antigo ministro do PSD, Luís Mira Amaral, ouvido pela Antena 1, diz que o PS deve demonstrar sentido de responsabilidade no debate do orçamento do estado que arranca esta quarta-feira, na Assembleia da República.


Luís Mira Amaral, ex-ministro dos governos de Cavaco Silva, diz-se ainda chocado com a falta de acordo entre o Governo e o PS para uma descida do IRC, tema que vai regressar, durante o debate na especialidade.

O debate começa com uma intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Momento-Chave

Debate com início às 15h00

Orçamento do Estado para 2025 começa a ser discutido na generalidade

Arranca esta quarta-feira, a partir das 15h00, o debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025. O primeiro orçamento do Governo de Luís Montenegro tem viabilização garantida com a abstenção anunciada do PS.O encerramento da discussão e a votação será na quinta-feira.

O documento tem já viabilização garantida depois de o líder do PS ter anunciado, há duas semanas, que iria propor a abstenção do partido na votação – uma proposta que foi aprovada por unanimidade pela Comissão Política do partido.

Apesar de não ter chegado a acordo com o Governo, Pedro Nuno Santos justificou a decisão por dois motivos: o facto de o país ter tido eleições em março e evitar um novo ato eleitoral sem perspetivas de clarificar a situação política.

O primeiro-ministro saudou o "sentido de responsabilidade" de Pedro Nuno Santos, e é em função dessa responsabilidade que Luís Montenegro não antevê "problemas de maior" quando o Orçamento do Estado entrar na fase de especialidade.
Restantes partidos votam contra
À exceção do PS, todos os outros partidos anunciaram que vão votar contra o primeiro Orçamento do Estado do Governo de Luís Montenegro.

O Chega, após uma intensa troca de acusações com o primeiro-ministro, anunciou que vai votar contra o Orçamento na generalidade. André Ventura acusou Montenegro de “traição à direita” e diz que o documento é “um logo e um engano fiscal que o Governo quer levar a cabo”.

A Iniciativa Liberal também vai votar contra a proposta, alegando ausência de visão reformista e não alinhamento com o programa eleitoral da AD.

À esquerda, o Bloco anunciou logo em julho que iria votar contra a proposta, considerando ser um “mau orçamento”.

O Livre também dá nota negativa ao orçamento, afirmando que as medidas propostas pelo Governo não dão respostas às reais dificuldades dos portugueses.

Também o PAN vai reprovar o Orçamento, apontando o dedo a “retrocessos preocupantes em várias áreas cruciais”.

Por fim, o PCP também anunciou o voto contra, afirmando que este é um Orçamento “desejado pelo grande capital” e que agrava as injustiças e as desigualdades.

Depois da votação na generalidade, no dia 4 de novembro arranca a apreciação na especialidade, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), com audições de todos os ministros e também de algumas instituições e organismos como o Tribunal de Contas, o Conselho Económico e Social e o Conselho das Finanças Públicas.

As audições terminam a 15 de novembro, dia que marca também o final do prazo para os partidos apresentarem as suas propostas de alteração ao documento. A votação final global está agendada para dia 29 de novembro.

Momento-Chave

Sondagem da Católica. Portugueses querem Orçamento aprovado e responsabilizam Montenegro por eventual chumbo

Foto: André Kosters - Lusa

Uma larga maioria de três em cada quatro portugueses (76%) quer ver o Orçamento para 2025 aprovado pela Assembleia da República, contra apenas 13% que optariam pela rejeição, segundo o estudo do Centro de Sondagens da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público. Em caso de chumbo, a sondagem aponta a responsabilidade ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, apesar de considerar simultaneamente que é Montenegro quem mais está a trabalhar para a viabilização do documento. Clara é também a rejeição dos portugueses de novas eleições em caso de chumbo.

Uma larga maioria de três em cada quatro portugueses considera que “o melhor para o país” será a aprovação do Orçamento do Estado para 2025, segundo a sondagem do CESOP – Centro de Estudos da Universidade Católica realizado entre 17 e 23 de outubro, período em que fora já dado a conhecer o sentido de voto do PS para a votação do documento na Assembleia da República.

Uma minoria residual de 13% considera que reprovar o Orçamento será melhor para o país e 11% não sabem ou não respondem.

Numa situação em que a viabilização do Orçamento depende da “não rejeição” por parte das bancadas do PS ou do Chega (ou de ambas em simultâneo), os inquiridos pelo CESOP consideram que tanto PS como Chega devem deixar passar o Orçamento, não rejeitando a proposta do Governo.

É no entanto maior o número de portugueses que coloca esta obrigação de aprovar o Orçamento nas costas dos socialistas.

À questão “qual deveria ser a posição dos deputados do PS?”, 79% respondem “deixar passar” contra 12% que optam pelo “rejeitar”.

A mesma questão sobre a posição do Chega teve como resposta 57% a “deixar passar” e 22% “rejeitar”.

Chumbo não beneficiaria ninguém


As respostas mostram que os portugueses consideram que um eventual chumbo não será benéfico para nenhum dos partidos (50%). Há no entanto uma fatia considerável de 39% de inquiridos que vê neste chumbo um benefício para algum dos partidos.

Questionados sobre que partidos seriam esses, a resposta aponta maioritariamente para o Chega (18%), seguido de PS (13%) e, por último, a coligação AD – PSD, CDS/PP e PPM (11%).

Há entretanto uma contradição quando vemos as respostas à questão sobre quem é o maior responsável no caso de chumbo do Orçamento: maioria aponta o dedo a Luís Montenegro (37% - contra 31% a visar Pedro Nuno Santos). Os inquiridos consideram que um falhanço será principalmente responsabilidade do primeiro-ministro apesar de duas questões antes concederem que é o primeiro-ministro que mais tem trabalhado para viabilizar este Orçamento.

Na opinião dos integrantes da amostra foi Luís Montenegro “quem fez um esforço maior para procurar a aprovação do Orçamento”, com 62% das respostas, seguido de muito longe pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, com escassos 21% das respostas.

Em relação à discussão do documento, que teve uma negociação prévia entre o Governo e o PS, os portugueses veem os dois temas em destaque nessas conversas entre Montenegro e Pedro Nuno – um regime de IRS especial que reduzisse os impostos para os mais jovens até aos 35 anos; e a redução do IRC que baixasse os impostos de todas as empresas – como igualmente importantes para o país: 16% escolheram a “redução do IRS jovem”, 19% a “redução do IRC”. 

Mas, mais significativa foi a maioria de 51% dos inquiridos que considerou que seria importante a redução dos dois impostos em simultâneo, IRS Jovem e IRC das empresas.

Por último, foi ainda colocada a questão sobre o que fazer com um chumbo nas mãos do presidente da República. A resposta dos portugueses é clara no sentido de evitar novas eleições a todo o custo: 67% dizem que se deve apresentar um novo Orçamento contra os 29% que pedem a dissolução da Assembleia da República.

Ficha Técnica


Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 17 e 23 de outubro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1025 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 19% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 8% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e comportamento de voto com base nos dados do recenseamento eleitoral e das últimas eleições legislativas. A taxa de resposta foi de 19%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1025 inquiridos é de 3,0%, com um nível de confiança de 95%.


*Foram contactadas 5399 pessoas. De entre estas, 1025 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.

Presidente da República sublinha bom senso

Marcelo sublinha a importância de um calendário eleitoral expectável

Foto: Fernando Veludo - Lusa

O presidente da República elogiou o bom senso na viabilização do Orçamento do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa não acredita que haja um volte-face na discussão no Parlamento.

Momento-Chave

Acima da previsão do Governo. Conselho das Finanças Públicas espera excedente de 0,6%

Nuno Patrício - RTP

O Conselho das Finanças Públicas avalia como "plausíveis" as previsões inscritas pelo Governo de Luís Montenegro na proposta de Orçamento do Estado para 2025. Ainda assim, antevê que, este ano, o excedente ascenda a 0,6 por cento do PIB. Ou seja, acima do que espera o Executivo.

Na análise da proposta de Orçamento do Estado para 2025, conhecida esta terça-feira, o Conselho das Finanças Públicas escreve que a "incorporação da nova informação na projeção conduz a uma revisão do saldo para 0,6 por cento do PIB e do rácio da dívida para 92,3 por cento do PIB em 2024" - acima, em 0,2 pontos percentuais, da estimativa do Ministério das Finanças.

"O excedente mais elevado antecipado pelo CFP para 2024 é explicado por um menor valor nominal projetado para a despesa pública (sobretudo despesa corrente primária e de investimento) e um maior crescimento nominal projetado para a receita de impostos indiretos e contribuições, sendo a comparação em percentagem do PIB afetada por uma estimativa para o deflator do PIB mais elevada do que a considerada pelo Ministério das Finanças", acrescenta a entidade.A previsão do excedente para 2025 é de 0,4 por cento do PIB, um ponto percentual acima do cenário do Governo, ao passo que o rácio da dívida deverá ser de 88,6 por cento do PIB, quando o Executivo espera 93,3.

O Conselho sustenta que, "com base na informação disponível e na projeção do CFP agora apresentada, as previsões da POE/2025 para o saldo e dívida pública em rácio do PIB revelam-se plausíveis".
Receita e despesa
Relativamente à receita pública, o organismo presidido por Nazaré da Costa Cabral adverte que "a previsão do Ministério das Finanças para o IRS tem implícita uma elasticidade praticamente nula face às remunerações". Contudo, verifica-se "a possibilidade de este agregado ficar acima da previsão inscrita na POE/2025, bastando, para tal, que o IRS apresente um desempenho em linha com o previsto para as remunerações no próximo ano".

No capítulo da despesa, o Conselho sublinha o facto de o pagamento de 399 milhões de euros relativo ao suplemento extraordinário de pensões ocorrido em 2024 não se repetir no próximo ano, pelo que se admite "que o valor previsto das prestações sociais que não em espécie possa estar sobreavaliado".

As medidas inscritas na proposta de Orçamento, que começa a ser debatida na generalidade na quarta-feira, "darão um contributo praticamente nulo para o crescimento da receita fiscal e contributiva em 2025".

As medidas de aumento de receita previstas para os impostos indiretos, na ordem dos 530 milhões de euros, e para as contribuições sociais, de 470 milhões, "compensam o efeito de redução resultante da adoção de medidas nos impostos sobre o rendimento (-1.003 milhões de euros)".

c/ Lusa

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Primeiro Orçamento do Estado da AD comparado com orçamentos socialistas

Foto: André Kosters - Lusa

A oposição não socialista considera a proposta de Orçamento do Estado para 2025 muito parecida com os orçamentos do PS. A diferença é a descida de um ponto do IRC, que consideram pequena e que é criticada pelos partidos da área socialista.

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OE2025. Governo espera que alterações não ponham em causa excedente de 0,3%

Foto: André Kosters - Lusa

Cuidado com os desequilíbrio, o ministro das Finanças diz que há um um excedente de 850 milhões de euros previsto no Orçamento do Estado para o próximo ano.

Joaquim Miranda Sarmento espera que as negociações na especialidade que vão decorrer nas próximas semanas, na Assembleia da República, não ponham em causa esse valor.

Declarações do ministro Joaquim Miranda Sarmento na audição que marca esta tarde o arranque do debate parlamentar na generalidade da proposta de orçamento para o próximo ano.


O ministro das Finanças foi questionado pelos deputados sobre a questão das cativações que, segundo a oposição, aumentam em relação a anos anteriores.

Joaquim Miranda Sarmento diz que a comparação não faz sentido.

O início do debate da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, documento que já tem aprovação garantida, numa primeira fase, com a anunciada abstenção do PS.

A votação na generalidade está marcada para quinta-feira. Dentro de uma semana, começa a apreciação na especialidade. A votação final global está marcada para dia 29 de novembro.

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