O chefe de Estado polaco, Andrzej Duda, participou num evento que decorreu no salão nobre e que contou também com a presença do parlamento da Polónia ,Szymon Holownia, a quem coube acender a vela principal do castiçal de Chanucá, segundo a agência AFP.
"Este é um dia excecional", afirmou o rabino-chefe da Polónia, Michael Schudrich.
A curta e simbólica cerimónia, que se realiza no parlamento polaco há 17 anos, representou, segundo Michael Schudrich, "o verdadeiro rosto da Polónia".
"Depois das velas terem sido apagadas (terça-feira) acendemos novamente. Este é o símbolo da nossa história, judaica e polonesa", sublinhou.
O deputado Grzegorz Braun, do partido ultranacionalista Confederação, usou na terça-feira um extintor para pulverizar um castiçal, um símbolo do judaísmo, que foi iluminado no salão do parlamento polaco.
O ato do deputado de extrema-direita foi condenado pelos principais partidos políticos, bem como pelo novo primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, que o considerou "inaceitável".
Os deputados debatiam a constituição do novo governo quando o incidente ocorreu, atrasando os trabalhos.
O presidente do parlamento, Szymon Holownia, classificou este ato de "absolutamente escandaloso" e excluiu Braun da sessão parlamentar do dia, anunciando que iria denunciar o caso ao Ministério Público.
O parlamento polaco aplicou também a maior sanção financeira possível ao deputado da extrema-direita, fazendo-o perder metade de três meses do seu salário e diárias por meio ano.
Este incidente foi também criticado pela Igreja Católica polaca.
"Estou envergonhando e peço desculpas a toda a comunidade judaica na Polónia", escreveu nas redes sociais o cardeal Grzegorz Rys, que lidera um comitê para o diálogo com o judaísmo.
Na quarta-feira, o Ministério Público polaco anunciou, em comunicado, que abriu uma investigação sobre este caso e que se encontrava a reunir provas.
Grzegorz Braun, membro pró-russo do partido Confederação, afirmou no passado que existia um plano de transformar a Polónia num "Estado judaico" e pediu que a homossexualidade fosse criminalizada.
Leia Também: "Polónia está de volta à Europa", afirma Donald Tusk