Parlamento recorda "notável legado" de Delors por Europa mais justa

8 meses atrás 100

"Hoje, o parlamento português presta homenagem à memória de Jacques Delors e ao seu notável legado, que deixou a União Europeia mais justa, forte e solidária. Foi um grande amigo de Portugal, justamente espelhado no luto nacional decretado pelo Governo português pela sua morte", refere o voto apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e subscrito por deputados do PS, PSD, Chega, IL e Livre.

Jacques Delors, que morreu em 27 de dezembro, aos 98 anos, foi hoje homenageado em Paris, numa cerimónia em que participou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o seu antecessor Aníbal Cavaco Silva e o ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso.

O voto hoje aprovado recorda que Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, altura em que a CEE e, depois, a União Europeia, acolheu cinco novos Estados, entre os quais Portugal.

"Foi um período de mudanças tectónicas na política do continente europeu, como o fim da União Soviética, da política de blocos que marcou a Guerra Fria, a queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, ou a guerra na Jugoslávia", refere.

Delors deixou um "legado impressionante ao leme europeu", ajudando a transformar um espaço económico e aduaneiro, com forte vínculo à democracia e à paz, numa comunidade política, de cidadãos europeus, livres de circularem dentro do território dos Estados-membros, lê-se.

O projeto refere que as políticas que Delors "ajudou a moldar são conhecidas", enumerando o Ato Único Europeu, que levou à criação do Mercado Único Europeu, o Tratado de Maastricht, a área Schengen, "que permite hoje a cerca de 400 milhões de cidadãos circular, sem fronteiras, por 27 Estados" ou programas como o Erasmus, "que criaram condições inéditas para a mobilidade dos jovens estudantes europeus".

"Estes são nomes de instrumentos políticos que enformam a União Europeia de hoje e que têm a marca indelével de Jacques Delors, que os colocou ao serviço daquilo que verdadeiramente o mobilizava: a construção de uma Europa para todos os seus cidadãos, mais justa, promovendo a coesão social e crescimento económico como faces de uma única moeda", é referido no projeto.

No texto lê-se que "estas marcas deixam entrever o forte vínculo social de Delors, o qual, enquanto esteve à frente dos destinos da Comissão, pautou a sua ação por uma sábia mistura de arrojo visionário e pragmatismo, recorrendo às poderosas armas do compromisso, do diálogo, da persuasão e da aproximação".

Os deputados expressaram o seu "profundo pesar", transmitindo "à família e à Comissão Europeia as mais sentidas condolências".

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