Partido conservador croata HDZ anuncia coligação governamental com direita ultranacionalista

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A União Democrática Croata (HDZ) do chefe do Governo cessante Andrej Plenkovic, e o Movimento da Pátria (DP), ultradireita, "alcançaram um acordo sobre a formação de uma nova maioria parlamentar e sobre a estrutura de um novo Governo", anunciou o porta-voz Marko Milic.

O novo Governo de direita deverá ser dirigido por Plenkovic, que desde 2016 ocupa este cargo no país dos Balcãs, membro da União Europeia.

Este aliança significa uma viragem à direita do país -- essencialmente dominado por governos do HDZ desde a sua independência da ex-Jugoslávia em 1991 -- e após uma orientação "centrista" e "pró-europeia" imprimida por Plenkovic.

O HDZ e uma coligação de centro-esquerda dirigida pelos sociais-democratas (SDP) tentaram garantir sem sucesso uma coligação governamental após as legislativas de 17 de abril, onde nenhum partido obteve a maioria absoluta num parlamento de 151 lugares.

O DP, que promove um discurso nacionalista e anti-imigração, insistiu numa série de condições para partilhar o poder, incluindo a exclusão da coligação do SDSS, o principal partido étnico sérvio.

O SDSS, que alegadamente representa a minoria sérvia da Croácia -- praticamente inexistente após o rescaldo da "guerra da independência" croata (1991-1995) -- mantinha-se como um tradicional aliado de Plenkovic e garantia um vice-primeiro-ministro.

Em abril, o HDZ obteve 61 lugares e o DP 14. Já a coligação liderada pelo SDP garantiu 42 deputados.

Plenkovic também deverá obter o apoio de alguns dos oito deputados que representam as minorias.

No sistema croata, o Presidente designa um primeiro-ministro, apoiado por uma maioria de deputados, que de seguida se submete ao voto do parlamento.

A sessão inaugural do novo hemiciclo está prevista para 19 de maio.

As eleições de abril foram precedidas por uma tensa campanha entre Plenkovic e o atual Presidente de esquerda Zoran Milanovic, adversários políticos de longa data.

Favorito nas sondagens, Milanovic -- primeiro-ministro entre 2011 e 2016 -- anunciou em março a intenção de desafiar Plenkovic após reassumir a liderança do SPD, mas a mais alta instância judicial do país impediu-o em abril de abandonar a chefia do Estado para dirigir um novo Governo.

As eleições neste país de 3,8 milhões de habitantes decorreram num clima tenso e assinalado por casos de corrupção, questão migratória e crise económica, com a taxa de inflação mais elevada da zona euro.

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