O partido de centro-liberal anunciou que Renaldo Gouws, que tomou posse como deputado na semana passada após as recentes eleições legislativas, seria convocado para uma audiência disciplinar interna.
"O DA verificou que o vídeo, no qual Renaldo Gouws utiliza uma linguagem abominável, é genuíno e não falso, como se suspeitava inicialmente", declarou o partido, que o suspendeu "com efeito imediato".
O caso surgiu num momento político delicado nesta nação que faz fronteira com Moçambique.
Na semana passada, o DA chegou a um acordo de Governo com o Congresso Nacional Africano (ANC), que está no poder há 30 anos, mas perdeu pela primeira vez a maioria absoluta no parlamento.
O DA tem dificuldade em desfazer-se da imagem de um partido que defende os interesses dos cidadãos brancos (menos de 8% da população), apesar de ter obtido 22% nas eleições legislativas.
A sua participação num Governo de coligação incomoda uma parte do ANC, que libertou o país do 'apartheid', bem como a oposição de esquerda, que denunciou uma "aliança profana liderada por brancos".
Hoje, a Comissão dos Direitos Humanos anunciou um processo contra o "discurso de ódio" de Gouws, afirmando que, enquanto deputado, "as suas alegadas ações têm um peso e uma responsabilidade ainda maiores".
No vídeo, alegadamente datado de 2010, Gouws apela à morte dos "kaffir", o termo racista mais ofensivo na África do Sul, em referência a uma canção anti-'apartheid' controversa e bem conhecida que apela à "morte dos Boers".
Esta semana, Gouws pediu desculpas "sem reservas" por um outro vídeo em que afirmava que os sul-africanos brancos estavam a viver o 'apartheid' ao contrário.
"Refuto qualquer acusação de racismo (...) No entanto, vejo como a minha mensagem foi distorcida na forma como a transmiti e assumo total responsabilidade pelas minhas ações numa altura em que era jovem e imaturo", escreveu Gouws na rede social X.
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