Passos Coelho diz que é preciso “fazer diferente” e recorda “espírito da AD de 1979”

6 meses atrás 66

“Retribuo, com muita gratidão, o apoio que sempre senti” de Luís Montenegro, afirmou Pedro Passos Coelho.

Poucas horas depois de o líder do Partido Social Democrata (PSD) ter deixado transparecer a possibilidade de Pedro Passos Coelho se juntar à campanha social-democrata para as legislativas, o antigo primeiro-ministro da coligação PàF apareceu no comício do PSD em Faro, onde deixou clara a retribuição do apoio a Luís Montenegro.

“Retribuo, com muita gratidão, o apoio que sempre senti [de Luís Montenegro]”, afirmou Pedro Passos Coelho.

“Aqui estou numa circunstância diferente para poder, de alguma forma, emprestar algum do meu apoio, do meu contributo, para que o resultado nestas eleições possa ser aquele que todos desejamos”, continuou, recordando o “apoio e solidariedade do passado tão relevantes em momentos tão complicados”, dirigindo-se não só a Luís Montenegro, como a Miguel Pinto Luz, cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Faro.

Sobre o caminho político e económico de Portugal, o antecessor de António Costa defendeu que “está na altura de fazer diferente”. “E fazer diferente significa também apostar na nossa capacidade de criar riqueza. Está tudo estudado. Se mantivermos o perfil destes oito anos, não tarda muito, em meados da década próxima, não haverá jovem qualificado que aqui encontre um futuro”, atirou.

“Estamos já numa fase decisiva destas eleições e é muito importante, a cada diz que passa, que a mobilização possa crescer e que possamos todos os dias levar um estímulo maior de quem está a cumprir bem a sua missão”, afirmou o político.

Passos Coelho aproveitou a intervenção para recordar o “espírito da AD de 1979”, bem como Francisco Sá Carneiro, “personalidade indispensável à criação” da coligação que ressurge para as legislativas de 2024.

“Hoje há problemas sérios que aguardam resolução. E também hoje nós precisamos de mobilizar as pessoas, os eleitores para as tarefas do futuro. Se aquilo que nestes oito anos os diversos governos socialistas construíram fosse alguma coisa tão importante que as pessoas sentissem como mobilizar para o futuro, nós não tínhamos uma parte significativa das políticas públicas a apresentar o desgaste que apresentam, a falta de qualidade que apresentam, e a inspirar a preocupação na maior parte das pessoas, seja na área da saúde, seja na área do ensino, seja na área da habitação, seja na área da segurança”, continuou.

Passando ao tema da imigração, Passos Coelho recordou uma intervenção que fez em 2016. “Nós precisamos de ter um país aberto à imigração mas, cuidado, precisamos de ter também um país seguro. Na altura, o Governo fez ouvidos moucos. E, na verdade, hoje as pessoas sentem uma insegurança que é resultado da falta de investimento e falta de prioridade que se deu a essas matérias. Não é um acaso”, afirmou.

“Os valores que em conjunto partilhamos, é importante tê-los presente num ano em que se assinalam os 50 anos de existência da nossa democracia. E o PSD foi um partido essencial à construção desse Estado de Direito e dessa democracia. Mas se queremos oferecer às pessoas boas razões para acreditarem no futuro e em Portugal, temos também de fazer uma prática de política diferente daquela que hoje observamos. Se mantivermos um país governado a olhar para o dia a dia, para os equilíbrios, para o oportunismo político de ocasião, à espera de fazer uma política de distribuição, quando isso se esgota, aquilo que fica é um vazio enorme”, continuou.

Ainda sobre a economia nacional, Passos Coelho alertou que se o país mantiver “esta perspetiva miserável de um crescimento que é demasiado magro, então não conseguiremos oferecer às pessoas outras coisas”. “Estaremos a discutir quão mais próximo estará o salário mínimo em Portugal do salário médio. Qualquer dia estaremos todos nivelados por baixo, a distribuir a pobreza, quando o que interessa é distribuir aquilo que se produz. Para isso é preciso apostar na nossa capacidade económica, no potencial da sociedade portuguesa”.

“Sem uma economia saudável e a crescer, não é possível ter um resultado diferente. Mas nós sabemos que a política não é só economia. Há muitas outras coisas importantes. Mesmo no tempo em que eu estive no Governo e quase não havia dinheiro nenhum, havia necessidade de prestar atenção a questões políticas que eram importantes”, analisou.

Ler artigo completo