Paulo Raimundo defende que o 25 de Abril "foi para todos" mas "não é de todos"

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O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu este domingo que o 25 de Abril de 1974 "foi para todos", mas "não é de todos", sobretudo "daqueles que procuram limpar a imagem do fascismo" em Portugal.

Paulo Raimundo falava no fim de um almoço comemorativo do 25 de Abril, em Loures, distrito de Lisboa, numa intervenção em que considerou "fundamental saber e dar a conhecer o que foi o fascismo", porque "não falta quem o tente apagar, quem o tente adulterar e até adocicar, num intenso processo de reescrita da História".

Sem nomear ninguém, o secretário-geral do PCP afirmou que "alguns não se cansam de atacar e tentar condicionar" as comemorações populares da Revolução dos Cravos, "foi assim no passado e este ano não é exceção".

"Lidam mal com a democracia, lidam mal com um país soberano e com voz própria, lidam mal com quem defende a causa da paz, e acima de tudo, e esta é que é a grande questão, lidaram e lidam mal com a Revolução de Abril, com as suas conquistas e com os seus valores, lidam mal é com Abril, esse é que é o problema, esse é que é o grande problema", acrescentou.

Paulo Raimundo realçou que "Abril não foi uma qualquer evolução ou transição, como alguns gostariam que tivesse sido - Abril foi um levantamento militar seguido de um levantamento popular, um processo revolucionário e que revolucionou as estruturas sociais e económicas" de Portugal.

O secretário-geral do PCP salientou também que "foi a Revolução de Abril que pôs fim à guerra colonial e que reconheceu o direito à autodeterminação e independência dos povos das ex-colónias".

"Abril foi para todos, mas Abril não é de todos. Abril não é daqueles que nunca o quiseram, Abril não é daqueles que o atacam e atacaram, Abril não é daqueles que se empenharam e empenham para que Abril não se cumpra. Abril não é nem pode ser daqueles que procuram limpar a imagem do fascismo no nosso país", defendeu.

O 25 de Abril, contrapôs, "é dos militares progressistas, dos democratas e de todos aqueles impulsionaram avanços e conquistas, conquistas a pulso, nas ruas e nas empresas".

"O 25 de Abril é de todos os seus construtores. E tal é a sua força e tal é a validade do seu projeto, tal é a profundidade das suas conquistas, que décadas consecutivas de contrarrevolução e de política de direita ainda não conseguiram, nem vão conseguir pôr fim ao projeto de Abril", sustentou.

Paulo Raimundo apelou aos comunistas para que encham a Avenida da Liberdade no 25 de Abril, mostrando "que os valores e o projeto de Abril estão vivos, bem vivos", e façam do 1.º de Maio "uma grande jornada de luta" e de "exigência de aumento dos salários, de aumento dos direitos, um momento de combate à exploração e contra o brutal aumento do custo de vida".

IEL // SF

Lusa/Fim

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