Paulo Rangel promete ajuda a Moçambique

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Paulo Rangel disse que o Governo está empenhado em ajudar Moçambique Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português, Paulo Rangel, diz que o Governo português tudo fará, no que estiver ao seu alcance, para ajudar ao diálogo entre forças políticas em Moçambique e evitar que o povo moçambicano passe por outra provação.

Paulo Rangel falava esta segunda-feira sobre a situação em Moçambique no início do debate na especialidade do Orçamento de Estado português para 2025 e em resposta à pergunta colocada pelo deputado Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal, sobre a posição de Portugal relativamente aos resultados eleitorais naquele país africano de língua portuguesa e sobre a repressão das autoridades moçambicanas sobre os manifestantes em protestos.

O ministro começou por salientar que "ainda não existem resultados finais eleitorais" no país, por isso Portugal está "a acompanhar a situação muito de perto", e condenou "os dois assassinatos" e "alguns atos de repressão".

"Temos feito, através da nossa embaixada, alguns contactos", acrescentou o chefe da diplomacia portuguesa.

"Acompanhamos a situação com uma grande vontade que as coisas corram bem, que os resultados e atas eleitorais apareçam e sejam todas publicadas, que haja pacificação e as forças políticas dialoguem para que Moçambique não regrida e possa dar um passo em frente", frisou Paulo Rangel, salientando que Moçambique é para Portugal "um grande parceiro" e um país com o qual tem "uma ligação única".

E por isso, "no que depender de Portugal, tudo faremos para ajudar a que esse diálogo seja possível, para que tenhamos uma solução para que o povo moçambicano não tenha que passar por mais nenhuma provação", concluiu.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou em 24 de outubro a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975), nas eleições presidenciais de 9 de outubro, com 70,67% dos votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirmou não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

O candidato presidencial designou esta como a terceira etapa da contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro, que se segue aos protestos realizados nos passados dias 21, 24 e 25 de outubro, que provocaram confrontos com a polícia, de que resultaram pelo menos 10 mortos, dezenas de feridos e 500 detidos, segundo o Centro de Integridade Pública, uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais.

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