PCP está "ao lado" das versões "piores possíveis do poder que oprime"

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Na sexta-feira, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, apelou à "responsabilidade do Governo português" para não reconhecer "um autoproclamado Presidente venezuelano", aludindo a Edmundo González Urrutia.

Questionado sobre esta posição, Rui Rocha afirmou que "do PCP isso não surpreende".

"Nós estamos habituados a que o PCP ali onde está um ditador, onde está um Estado totalitário, desde que seja da cor que o PCP reconhece, está sempre ao lado dessas versões, das piores possíveis do poder que oprime", afirmou o líder da IL, que falava aos jornalistas à margem da manifestação organizada pela associação Venexos, que juntou esta noite algumas dezenas de pessoas na Praça dos Restauradores, em Lisboa, pela mudança da Venezuela.

Admitindo que a posição do PCP não surpreende, Rui Rocha considerou, contudo, que "é a posição errada, é uma posição que define o PCP como partido que está do lado errado da história".

Portanto, "o Governo português andaria muito mal se desse ouvidos a essa pretensão do PCP", acrescentou, considerando que o executivo não o fará.

"Percebo que há um caminho da diplomacia para trilhar, que é importante depois" que "estes movimentos se façam também no quadro internacional da União Europeia, nomeadamente, mas é um caminho que o Governo português - até porque temos uma comunidade luso-venezuelana muito grande - deve trilhar e deve promover também, junto dos seus parceiros europeus", defendeu.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, vive uma crise eleitoral após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter atribuído a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.

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