PE condena interferência russa e alegada espionagem de eurodeputada letã

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O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje uma resolução com 433 votos favoráveis, 56 contra e 18 abstenções, durante o plenário desta semana, em Estrasburgo (França), que expressa uma "total indignação e profunda preocupação com os esforços contínuos da Rússia para minar a democracia europeia através de várias formas de interferência e desinformação".

Os eurodeputados acusaram o Kremlin de estar a "tentar semear divisões entre os cidadãos europeus" e o esforço para "recrutar alguns eurodeputados como agentes de influência", que "criou uma relação de dependência com certos partidos políticos, incluindo através de financiamento, que depois atuam como amplificadores da propaganda russa e servem os interesses da Rússia".

Contudo, o texto exclui menções a partidos políticos específicos que atuem para amplificar os interesses de Moscovo.

No texto, os eurodeputados manifestaram "profunda preocupação" com as alegações feitas contra Tatjana Zdanoka, eleita pela Letónia e que faz parte que terá "atuado como informadora do Serviço Federal de Segurança" da Rússia, conhecido como FSB.

O PE insistiu que é "imperativo que tanto o Parlamento Europeu como as autoridades letãs investiguem exaustivamente o assunto, determinem eventuais sanções e processos penais adequados".

A eurodeputada, uma das mais antigas nos corredores do PE, negou até hoje as acusações feitas, que proveem de uma investigação jornalística do órgão de comunicação social independente russo "The Insider", publicada em 29 de janeiro.

A resolução incluiu uma preocupação dos eurodeputados quanto a uma campanha de desinformação que Moscovo alegadamente promove, especificamente nas redes sociais, como o X, advertindo que poderá influenciar as eleições europeias de junho e que há um precedente de "interferência russa na Catalunha".

O Parlamento Europeu 'colou' o Kremlin a todos os "movimentos separatistas" na Europa e os eurodeputados demonstraram preocupação com a influência que Moscovo poderá ter nos separatistas catalães, nomeadamente o antigo presidente do governo regional e eurodeputado Carles Puidgemont.

Por isso, apelam a uma intervenção do órgão consultivo para a conduta dos eurodeputados, para que avalie alegadas ligações ao Kremlin.

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