“É importante que haja uma boa justificação para se terem prolongado durante tanto tempo escutas a um cidadão que, neste caso, assumia funções governativas”, disse o antigo governante ao “Diário de Notícias”.
O candidato à liderança do PS, Pedro Nuno Santos, criticou as escutas, que tiveram uma duração de quatro anos, ao ex-ministro das infraestruturas João Galamba.
Quando questionado, pelo “Diário de Notícias”, sobre se achava normal as escutas, Pedro Nuno Santos respondeu: “Não, não acho”. “Foram quatro anos e oitenta e duas mil interceções de comunicações. É importante que haja uma boa justificação para se terem prolongado durante tanto tempo escutas a um cidadão que, neste caso, assumia funções governativas”.
Sobre se falava ao telefone como se estivesse sobre escuta, o candidato disse que fala “normalmente ao telefone”. “Mas temos sempre que colocar essa hipótese. Qualquer cidadão pode, em última instância, estar a ser escutado”, frisou.
De recordar que ontem, numa crónica também para o “Diário de Notícias”, José Sócrates criticou que ninguém se tivesse manifestado contra as escutas de Galamba. “Entretanto, no Partido Socialista decorre uma campanha interna para disputa da liderança com dois candidatos que aparecem todos os dias na televisão. Foram colegas do ministro. São amigos do ministro. Não obstante, nenhum deles se sentiu obrigado a falar do assunto”, salientou.
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