As declarações foram feitas perante o líder da Iniciativa Liberal, quando o secretário-geral do PS foi questionado por Clara de Sousa, no debate transmitido na SIC, sobre como olha para as críticas feitas por Rui Rocha à sua visão de governação, que acusa Pedro Nuno Santos de “falta de ambição” ou de se “contentar com muito pouco”.
Pedro Nuno Santos defendeu hoje, no primeiro de uma série de debates para as eleições legislativas, que o Partido Socialista (PS) tem “um projeto transformador e uma visão para a economia portuguesa”.
As declarações foram feitas perante o líder da Iniciativa Liberal, quando o secretário-geral do PS foi questionado por Clara de Sousa, no debate transmitido na SIC, sobre como olha para as críticas feitas por Rui Rocha à sua visão de governação, que acusa Pedro Nuno Santos de “falta de ambição” ou de se “contentar com muito pouco”.
“Queremos uma economia mais sofisticada, mais diversificada, mais complexa. E isso implica que tenhamos uma política diferente de aplicação do nosso sistema de incentivos. Em Portugal, sistematicamente, o sistema de incentivos pulveriza apoios. Há sempre apoios para todas as empresas, mas depois eles não têm capacidade transformadora. O sector privado investe onde bem entender. É assim que funciona uma economia de mercado”, começou por analisar o líder socialista.
“Agora, o Estado tem recursos limitados e deve aplicar esses recursos nos sectores, nas tecnologias, com maior potencial de arrastamento do resto da economia. Isso implica uma estratégia de especialização inteligente que seja mais seletiva”, continuou.
Segundo Pedro Nuno Santos, “há uma grande diferença face à Iniciativa Liberal, que tem como única resposta uma redução radical e aventureira dos impostos em Portugal”. “Não vai transformar a economia, apenas vai provocar um rombo nas contas públicas que dificilmente será compensado”, atirou, questionando Rui Rocha sobre o custo das medidas fiscais do programa da IL. “É de facto assustador. Não sei se fizeram as contas”, continuou, dizendo que o PS possui os números.
Pedro Nuno Santos esclareceu, nos primeiros minutos do debate, que deixou de receber ajudas de custo em 2015, reagindo às notícias de que teria recebido subsídio de deslocação de 203 mil euros. O socialista diz ter sido alvo, nos últimos dias de um ataque” por parte de dirigentes da Iniciativa Liberal e do Chega, de “acusações absolutamente inaceitáveis” ao dizerem que recebeu ajudas de custo de forma indevida”.
“Recebi ajudas de custo até 2015. Tinha o centro da minha vida familiar, pessoal e política em São João da Madeira. Quando constituí família em Lisboa, deixei de as receber”.
“Eu sou sério, e sou sério na minha relação com os meus adversários políticos. Se quisermos ter um debate democrático com elevação devemos respeitar os nossos adversários e não explorar mentiras sobre os outros pouco nos dá jeito”, atirou.
O esclarecimento é feito poucos dias depois de ter vindo a público que Pedro Nuno Santos, recebeu, durante nove anos, entre 2005 e 2015, 203 mil euros em subsídio de deslocação, apesar de ter casa em Lisboa.