Pelo menos 15 mortos em ataque israelita contra escola em Gaza

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Os feridos foram transferidos para o hospital árabe Al Ahli, na cidade de Gaza, para receberem tratamento médico.

O exército israelita, por seu lado, confirmou em comunicado o ataque, que disse ter lançado quando se apercebeu da presença de milicianos do Hamas que estavam "escondidos e a operar" no bairro de Shujaiya.

"O complexo era utilizado pelo Hamas como esconderijo de comandantes e operacionais e para planear ataques terroristas contra o Estado de Israel", refere o comunicado militar.

Os militares israelitas afirmaram que, antes de lançar este ataque, "foram tomadas numerosas medidas para reduzir o risco de ferir civis, incluindo a utilização de munições precisas, vigilância e informações adicionais".

O movimento islamita palestiniano Hamas "viola sistematicamente o direito internacional, operando no interior de infraestruturas civis e explorando os civis como escudos humanos", acrescenta o exército no seu comunicado.

Este ataque ocorre apenas cinco dias depois de outro bombardeamento israelita contra a escola de Khadija, em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, que matou cerca de 30 palestinianos e feriu cerca de 100.

A escola, onde tinha sido instalado um hospital de campanha, albergava mais de 4.000 pessoas deslocadas de outras zonas do enclave.

Perante a enorme destruição causada pela ofensiva israelita e as constantes ordens de evacuação do exército, muitos palestinianos ficaram sem casa e procuram refúgio nas escolas e hospitais que ainda existem.

Hoje marcam-se 300 dias de guerra, deixando uma Faixa de Gaza devastada com 39.480 mortos e mais de 91.000 feridos, segundo as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas, enquanto a crise humanitária continua a agravar-se.

Ao número total de mortos e feridos juntam-se cerca de 10.000 desaparecidos sob os escombros e 1,9 milhões de pessoas deslocadas - quase toda a população de Gaza - que sobrevivem no meio de uma destruição generalizada, hospitais em colapso, a ameaça latente de fome e a escassez de água potável, medicamentos e eletricidade.

Entretanto, as negociações para um cessar-fogo arrefeceram perante o aumento das tensões no Médio Oriente, especialmente os recentes assassinatos do líder militar do Hamas em Gaza, Mohamed Deif, e do chefe militar do grupo xiita Hezbollah no Líbano, em ataques israelitas.

Além disso, o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto na quarta-feira num atentado em Teerão, que o Irão e o grupo palestiniano atribuem às forças israelitas.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

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