Pelo menos 16 mortos em ataques contra posições paramilitares no Sudão

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"O exército sudanês efetuou uma série de bombardeamentos em várias zonas de Darfur, matando e ferindo dezenas de civis e destruindo também partes do Hospital Universitário de Al-Daein", segundo um comunicado divulgado pelas RSF.

Na nota, referem que os bombardeamentos do exército tiveram como alvo Al-Daein, a capital do estado de Darfur Oriental, e as cidades de Al-Tauisha e Al-Fasher, no estado de Darfur Norte, sendo esta última a capital e ainda o último reduto do exército em Darfur.

O médico Adam Suleiman, do hospital Al-Daein, disse à agência de notícias EFE que os bombardeamentos atingiram fortemente aquela unidade, atingindo o edifício da equipa médica e a unidade de tratamento psiquiátrico, provocando pelo menos 12 mortes, incluindo seis trabalhadores da unidade psiquiátrica.

"Os restantes projéteis destruíram parcialmente a escola vizinha de Al-Jansa, que serve de abrigo às pessoas deslocadas", disse Suleiman, acrescentando que ainda estão a decorrer tentativas de resgate de corpos debaixo dos escombros.

Na cidade de Al-Fasher, quatro pessoas foram mortas e outras ficaram feridas por bombardeamentos do exército sudanês, disse à EFE Ahmed Hussein, um paramédico do bairro de Al-Nasr.

De acordo com Hussein, o bombardeamento teve como alvo residências e provocou a morte de quatro pessoas e oito feridos.

A mesma fonte acrescentou que ficaram destruídas várias casas localizadas nas proximidades do centro de saúde no bairro de Al-Nasr.

Alguns ativistas fizeram circular nas redes sociais vídeos que mostram os efeitos dos bombardeamentos aéreos, os corpos de civis mortos e as chamas que se erguem das casas de colmo na zona de Al-Tauisha, no Darfur Norte.

Este novo ataque ocorre no momento em que a Suíça acolhe um diálogo de paz, patrocinado pelos EUA, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, bem como pela ONU e pela União Africana, com a presença de paramilitares, enquanto o exército se recusa a participar e exige, em vez disso, a aplicação de um acordo alcançado em maio do ano passado na cidade saudita de Jeddah.

A guerra eclodiu em 15 de abril de 2023 devido a fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar - agora declarado organização terrorista - nas forças armadas, situação que levou ao descarrilamento definitivo da transição iniciada em 2019 após o derrube do regime ditatorial de Omar Hassan al-Bashir.

O conflito sudanês já causou entre 30 mil e 150 mil mortos, segundo diferentes estimativas, e constitui a maior crise de deslocados do planeta. 

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