Pelo menos 40 mortos em incêndio de embarcação ao largo da costa do Haiti

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O balanço anterior do Governo haitiano dava conta de três mortos e 40 desaparecidos.

De acordo com os sobreviventes, o fogo começou quando um passageiro acendeu uma vela para realizar uma cerimónia vudu, apesar de haver gasolina a bordo, disse à agência de notícias France-Presse um porta-voz da polícia haitiana.

Os rituais de vudu são por vezes praticados pelos migrantes que se fazem ao mar para proteger a travessia e evitar a guarda costeira.

O navio, que transportava "mais de 80 pessoas", partiu na quarta-feira de Labadie, no norte do Haiti, com destino às Ilhas Turcas e Caicos, um arquipélago a 250 quilómetros de distância, indicou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A guarda costeira haitiana resgatou 41 migrantes, que foram levados a cargo da OIM. Onze pessoas foram levadas para o hospital para tratamento, incluindo queimaduras, disse a agência da ONU.

Sete feridos estão em estado grave, disse um porta-voz da polícia haitiana do departamento do Norte Arold Jean, descrevendo um "incêndio seguido de uma explosão".

"As buscas continuam para encontrar sobreviventes", sublinhou, acrescentando que foi aberta uma investigação para "identificar e desmantelar as redes que organizam estas viagens clandestinas".

A tragédia de quarta-feira ilustra mais uma vez a dimensão da crise que afeta o pobre país das Caraíbas, dominado pela violência de gangues, que controlam 80% da capital e das principais estradas, e onde quase 600 mil pessoas estão deslocadas internamente.

Desde 29 de fevereiro, a guarda costeira do norte do Haiti observou um aumento do número de tentativas de travessia e de partidas de migrantes de barco, referiu a OIM.

A situação agravou-se no início do ano, quando os gangues decidiram unir forças para derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry.

Desde a saída de Henry, as autoridades de transição contam com o apoio de uma missão multinacional apoiada pela ONU e liderada pelo Quénia.

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