Pelo menos 52 passageiros morrem afogados no oeste do Níger

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Pelo menos 52 passageiros de dois veículos de transporte público morreram afogados no oeste do Níger, que tem registado fortes chuvas e inundações desde junho, noticiaram os meios de comunicações estatais.

A Agência Nigerina de Imprensa (ANP) informou na quarta-feira que o acidente ocorreu na região desértica de Tahoua, a 70 quilómetros da localidade com o mesmo nome, na estrada de ligação ao departamento de Tillia.

"Dois veículos que transportavam muitos passageiros para o mercado da cidade de Tlemcess ficaram presos num curso de água antes de serem surpreendidos por uma forte corrente que os levou", disse à agência de notícias France-Presse uma fonte local.

"As buscas continuam (...) a polícia e a Guarda Nacional estão a trabalhar arduamente", avançou a ANP, especificando que as vítimas eram comerciantes do Níger e da vizinha Nigéria.

A agência admitiu que "o número provisório indica 52 mortos e vários desaparecidos", no acidente, na madrugada de quarta-feira.

No sábado, a ministra da Ação Humanitária e da Gestão das Catástrofes, Aïssa Lawan Wandarma, disse que pelo menos 94 pessoas morreram, 93 ficaram feridas e mais de 137 mil foram afetadas pelas inundações desde junho.

As oito regiões do país foram atingidas, particularmente as de Maradi (centro-sul), Zinder (centro-leste) e Tahoua (oeste).

De acordo com a ministra, foram destruídas mais de 15 mil casas e cerca de 40 salas de aula e dizimadas "15.472 cabeças de gado", num país onde a criação de gado é um dos pilares da economia.

O ministro dos Transportes, coronel Salissou Mahaman Salissou, declarou no sábado que estradas e pontes foram cortadas pelas águas, incluindo na zona desértica de Agadez, no norte do país.

Um relatório do Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA), divulgado a 15 de julho, previa que mais de 247 mil pessoas podem ser afetadas antes do final da estação das chuvas, em setembro.

De acordo com o OCHA, este fenómeno foi "exacerbado pelas alterações climáticas" neste país desértico do Sahel.

O serviço meteorológico prevê fortes chuvas para agosto, o "mês mais chuvoso" no Níger, onde a estação das chuvas, que decorre de junho a setembro, faz regularmente vítimas mortais.

Em 2022, 195 pessoas morreram e mais de 400 mil foram afetadas.

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