Pelo menos cinco mortos em novos ataques russos a leste e sul da Ucrânia

6 meses atrás 58

O governador de Kherson, Alexander Prokudin, começou por informar na sua conta da plataforma digital Telegram que "as tropas russas atacaram veículos civis" entre as localidades de Savode e Antonivka, fazendo pelo menos duas vítimas mortais.

Pouco depois, Igor Terekhov, o presidente da câmara de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, situada no nordeste do país, utilizou o mesmo canal para relatar uma forte explosão na cidade e, mais tarde, disse à imprensa que o balanço provisório era de pelo menos três mortos e cinco feridos.

"Três mortos, cinco feridos e um incêndio de grandes dimensões: os russos atacaram novamente Kharkiv" pelas 13:00 locais (11:00 de Lisboa), declarou, por sua vez, na rede social Facebook Serguii Bolvinov, responsável do departamento de investigação policial da região, alertando de que o balanço poderá agravar-se.

Uma "dezena de pessoas poderá estar soterrada nos escombros", acrescentou, por seu lado, o governador regional, Oleg Synegubov, na televisão.

"Segundo as primeiras estimativas, tratou-se de um míssil de cruzeiro", afirmou.

Foi retirado um cadáver dos escombros e outros dois ficaram lá presos, indicou o governador, acrescentando que dois dos feridos se encontram em estado grave.

O bombardeamento atingiu uma zona industrial onde funcionava "uma tipografia", uma unidade de fabrico de mobiliário e de tintas, acrescentou Bolvinov.

"As operações de socorro prosseguem", e os bombeiros estão a tentar controlar o incêndio, relatou.

De acordo com os serviços de emergência, as chamas propagaram-se por "mais de 2.000 metros quadrados".

Situada a cerca de 40 quilómetros da fronteira com a Rússia, Kharkiv, que tinha uma população de cerca de 1,5 milhões de habitantes antes da invasão russa, há mais de dois anos, é regularmente bombardeada pelo Exército russo.

Também a região ucraniana de Kherson é palco de constantes ofensivas das Forças Armadas da Rússia no âmbito da invasão ordenada no início de 2022 pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Em setembro do mesmo ano, Moscovo organizou referendos ilegais nas províncias de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, para legitimar a anexação desses territórios, que assim se somaram à península da Crimeia, já anexada em 2014.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontam-se com falta de armamento e munições, apesar das promessas de ajuda dos aliados ocidentais, num conflito que já fez dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, muitos dos quais civis, e sem hipóteses de conversações entre Moscovo e Kyiv à vista.

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