Pelo menos dez mortos num ataque aéreo a um hospital em Myanmar

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02 ago, 2024 - 12:15 • Lusa

Os combatentes do MNDAA capturaram a cidade em janeiro, após uma batalha considerada como um dos piores reveses jamais infligidos à junta.

Um ataque aéreo atribuído à junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) atingiu esta sexta-feira um hospital numa cidade perto da fronteira chinesa controlada por um grupo étnico minoritário armado, matando pelo menos dez pessoas, noticiou a imprensa local.

Pelo menos 10 civis morreram nos bombardeamentos, segundo a imprensa local, citando um residente.

Li Jiawen, porta-voz do Exército da Aliança Democrática Nacional de Myanmar (MNDAA), um dos grupos armados que atuam em Myanmar, disse não conhecer o número de vítimas nesta fase, mas confirmou à AFP que um hospital tinha sido alvo do exército.

Contactada pela AFP, a Junta Militar no poder não quis comentar.

O Estado de Shan, onde se situa Laukkai, tem sido palco de novos confrontos desde que uma aliança de grupos étnicos armados retomou uma ofensiva contra o exército ao longo de uma autoestrada crucial para o comércio com a China, apesar de um acordo de cessar-fogo assinado sob a égide de Pequim.

Desde então, a junta militar tem bombardeado repetidamente Laukkai, uma cidade com cerca de 25.000 habitantes em tempos normais, onde as ruas estavam desertas na quinta-feira.

Os combatentes do MNDAA capturaram a cidade em janeiro, após uma batalha considerada como um dos piores reveses jamais infligidos à junta.

Nos últimos dias, entraram em Lashio, uma importante cidade do Estado de Shan, onde se situa um comando regional do exército.

Segundo uma fonte militar, os combates continuavam hoje em Lashio.

Um meio de comunicação social local citou um residente que afirmou que os combatentes do MNDAA tinham entrado num hospital militar e matado um número indeterminado de pacientes e pessoal de enfermagem. A AFP não conseguiu contactar as pessoas no terreno nem confirmar esta informação.

Os recentes confrontos no Estado de Shan mataram ou feriram dezenas de civis, segundo a junta e os grupos de ajuda local.

Desde a independência de Myanmar, em 1948, que uma miríade de grupos tem vindo a lutar nas regiões fronteiriças pela autonomia e pelo controlo de recursos lucrativos.

Alguns deles prestam assistência a opositores políticos que pegaram em armas na sequência do golpe de Estado de 2021.

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