Pelo menos oito mortos em manifestações antigovernamentais no Bangladesh

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Três pessoas foram mortas no distrito de Pabna, no norte do país, duas no distrito de Rangpur, outras duas no de Munshiganj, no centro do país, e uma no de Magura, no oeste, indicaram à agência noticiosa France-Presse (AFP) agentes da polícia e médicos de várias unidades hospitalares.

Sábado, os representantes do movimento estudantil que há um mês está em protesto contra o Governo do Bangladesh rejeitaram o convite para o diálogo enviado por Hasina, que acusam de reprimir as ações com mão de ferro.

"Não há espaço para pedir justiça a este Governo assassino ou para se sentar a dialogar. O tempo para pedir desculpas já passou e, quando houve tempo, o Governo começou a prender os estudantes e a torturá-los", afirmou um dos líderes do movimento estudantil, Nahid Islam, na rede social Facebook.

Um outro coordenador do movimento, Mahin Sarkar, afirmou à agência noticiosa Efe que os estudantes rejeitaram a reunião de forma "alta e em bom som".

As declarações surgiram horas depois de Hasina ter pedido um diálogo com os estudantes que protestam há um mês contra o Governo, tendo-se registado cerca de 200 mortos durante as manifestações.

"Quero sentar-me com os estudantes que protestam e ouvi-los, não quero conflitos", afirmou Hasina, segundo a agência noticiosa do Bangladesh, BSS, citada pela Efe.

A primeira-ministra tomou uma atitude mais conciliatória, depois de ter feito comparações entre os estudantes universitários e um grupo paramilitar da guerra da independência de 1971.

Na ocasião, a primeira-ministra comparou os manifestantes ao grupo paramilitar Rasar, que tentou impedir a divisão do atual Bangladesh durante o conflito com o Paquistão, o que instigou os estudantes.

Os estudantes pedem o fim de quotas para descendentes de veteranos da guerra em empregos do setor pública.

O tom dos protestos agravou-se depois das declarações de Hasina sobre o envolvimento de partidos da oposição e de alegações de organizações não-governamentais de que houve uma repressão excessiva por parte das forças de segurança.

Fontes hospitalares, policiais, familiares e dos bombeiros afirmaram à Efe que pelo menos 194 pessoas morreram no último mês durante os confrontos, embora o movimento estudantil estime o número de vítimas mortais em 266.

O Supremo Tribunal decidiu em favor dos estudantes, abolindo a maior parte das quotas de 30%, mas os estudantes mantiveram as manifestações, exigindo justiça para as vítimas de violência nos protestos.

Na sexta-feira, pelo menos outras duas pessoas -- incluindo um polícia -- morreram, enquanto dezenas ficaram feridas.

Os estudantes voltaram sábado a convocar novas manifestações para todo o país, tendo paralisado o trânsito em alguns dos principais cruzamentos da capital, Daca, de acordo com a comunicação social local.

Os estudantes afirmam que se o executivo não satisfizer as suas exigências vão redobrar os protestos e promover um boicote geral.

Entre as exigências estão um pedido de desculpas incondicional de Hasina pelas mortes e a demissão de vários ministros.

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