Percentagem de empresas em potencial situação de risco aumentou em 2023

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Em 2023, cerca de 14% das empresas não conseguiram gerar resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBIDTA) suficientes para cobrir os seus gastos de financiamento, o que representa um aumento de 0,4 pontos percentuais relativamente a 2022. Além disso, neste período, quase 32% das empresas tiveram EBITDA negativo, mostram dados do regulador.

A percentagem de empresas em potencial situação de risco aumentou em 2023 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados do Banco de Portugal divulgados esta sexta-feira, num período em que quase um terço teve resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBIDTA) negativos.

“Em 2023, 13,9% das empresas não conseguiram gerar EBITDA suficiente para cobrir os seus gastos de financiamento, o que representa um aumento de 0,4 pontos percentuais relativamente a 2022”, indica o regulador, explicando que este “aumento foi observado na generalidade dos setores, exceto no comércio, no qual a percentagem não se alterou (14,4%)”.

Os dados mostram ainda que, no ano passado, 31,9% das empresas tiveram EBITDA negativo, o que representa um aumento de 0,3 pontos percentuais em comparação com o ano anterior.

A percentagem de empresas com resultados líquidos negativos foi de 37,8%, mais 0,6 pontos percentuais do que em 2022. Um aumento que foi transversal à generalidade dos setores, com exceção do setor da eletricidade, gás e água (-0,4 pontos percentuais) e do comércio (-0,2 pontos percentuais).

Por outro lado, a percentagem de empresas com capital próprio negativo — aquelas cujo passivo supera o ativo — também aumentou, passando de 26,3%, em 2022, para 26,4% em 2023.

Este aumento da percentagem de empresas em potencial situação de risco observou-se num período em que o volume de negócios das empresas aumentou 2,4% em relação a 2022. “Este aumento foi mais contido do que o observado no ano anterior (24%), que tinha refletido a recuperação da economia no período pós-pandemia e o aumento dos preços praticados pelas empresas, impulsionado pela subida dos preços da energia e de outras matérias-primas internacionais”, refere o Banco de Portugal.

Os dados mostram ainda que o custo dos financiamentos obtidos pelas empresas passou de 3%, em 2022, para 4,5% em 2023, naquele que foi um contexto de subida das taxas de juro. Como consequência, a cobertura dos gastos de financiamento — que mede o número de vezes que o EBITDA gerado cobre os gastos de financiamento — reduziu-se de 10,1 vezes, em 2022, para 7,7 vezes em 2023.

O aumento do custo dos financiamentos e a redução da cobertura dos gastos de financiamento pelo EBITDA foram transversais a todos os setores, com exceção do setor da eletricidade, gás e água.

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