Perspetivas financeiras e económicas para 2024

9 meses atrás 70

O cenário central para 2024 é de um crescimento frágil da economia mundial, abaixo da tendência de longo prazo. A estagnação das economias desenvolvidas são o principal fator explicativo, embora o desempenho mais modesto de algumas economias emergentes seja igualmente de notar.

Os principais riscos para 2024 são: as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza; as eleições nos EUA, Taiwan, Venezuela, Rússia, etc.; a reaceleração da inflação (historicamente as vagas inflacionistas têm por vezes duas e três vagas, o que obriga a intervenções apertadas dos bancos centrais); o stresse nos mercados financeiros devido ao aumento dos custos de capital, após uma década de taxas de juro muito baixas; e o aumento da oferta de dívida (principalmente da Europa e EUA).

As principais oportunidades para 2024 são o possível recuo das tensões geopolíticas na Ucrânia e no Médio oriente; e uma desinflação “milagrosa” que permitiria os bancos centrais baixar aceleradamente as taxas de juro.

Em termos agregados, o contributo favorável da política orçamental, das poupanças excedentárias e a fixação de divida a taxas de juro baixas permitiram suavizar o impacto económico da subida das taxas diretoras. No entanto, parte destes fatores já estão esgotados, uma tendência que se deve acentuar nos próximos meses. Iremos também assistir a uma desaceleração do emprego, ao aumento do desemprego e a necessidades de financiamento do sector empresarial (num contexto de condições adversas de acesso ao financiamento).

O cenário mais provável é de uma desaceleração dos EUA, um desempenho fraco da Europa e do Reino Unido e a China que deverá crescer menos do que em 2023.

Há indicadores que apontam para níveis de inflação acima das estimativas dos bancos centrais, embora se antecipe um processo desinflacionista ao longo de 2024. A proporção deste ajustamento está sujeita à evolução do preço das matérias-primas e da atividade económica, sendo que a queda do preço dos bens contribui decisivamente para o retrocesso da inflação, fruto da normalização do funcionamento das cadeias de abastecimento e dos inventários.

A médio prazo os países mais expostos às tensões geopolíticas, ao aumento dos custos energéticos e com as cadeias de abastecimento menos integradas, vão estar mais vulneráveis a níveis de inflação mais altos.

Nas economias mais desenvolvidas esperam-se vários cortes de taxas diretoras, designadamente pelo BCE e pela Fed. Porém, a contração económica na zona euro e EUA, vai implicar um contributo negativo para a política orçamental do próximo ano.

Votos de um Bom 2024!

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