Petrolífera moçambicana distribui cinco euros por ação em dividendos de 2024

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A decisão, de acordo com a mesma informação, foi aprovada em assembleia geral no dia 30 de setembro e o pagamento dos dividendos será feito em 14 de outubro.

A CMH é detida em 70% pela também estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, contando ainda o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) com uma posição de 20%, estando os restantes 10% nas mãos de investidores singulares e coletivos moçambicanos.

A Lusa noticiou em setembro que os lucros da CMH caíram 15,5% no ano fiscal que terminou em junho último (2024), para 54,7 milhões de dólares (48,1 milhões de euros), segundo dados da petrolífera estatal.

"As nossas operações estiveram condicionadas a vários fatores exógenos, num ambiente influenciado pela atual conjuntura geopolítica internacional. A flutuação dos preços das mercadorias de referência no mercado internacional e o declínio das reservas iniciais também influenciaram a nossa atuação", referiu a administração da CMH, no relatório e contas.

No exercício anual terminado em junho de 2023, a CMH tinha registado lucros de 64,8 milhões de dólares (58,1 milhões de euros), um aumento de 75% face ao mesmo período anterior, concluído em 2022.

No relatório e contas deste ano, a empresa admitiu que "outros fatores", sobretudo operacionais, tiveram "impacto nos volumes de produção do gás natural e condensado na central de Produção de Temane", com um "impacto considerável nos níveis de receitas, se comparado ao exercício financeiro de 2023".

"O peso dos investimentos nos orçamentos futuros terá impacto nas nossas receitas num contexto em que os nossos reservatórios estão em depleção o que poderá impactar a produção de gás natural. Neste contexto, comprometemo-nos a desenvolver e implementar ações de investimentos, para suster uma produção e fornecimento de gás natural de longo prazo, no âmbito dos compromissos comerciais, ao abrigo dos contratos vigentes", alertou ainda a mensagem do conselho de administração.

A CMH desenvolve a atividade operacional de produção petrolífera e é controlada pela estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, tendo sido indicada pelo Governo moçambicano para, juntamente com a sul-africana Sasol Petroleum Temane (SPT), conduzir as operações petrolíferas nas áreas dos campos de produção de Pande e Temame, por um período de 30 anos, ao abrigo do Acordo de Produção de Petróleo assinado em outubro de 2000.

Aquela petrolífera também faz parte dos Acordos de Operações Conjuntas assinado com a SPT em dezembro de 2002, cobrindo os reservatórios dos campos de Pande e Temame, já que a empresa produz e vende apenas gás e opera de forma integrada.

No relatório e contas do exercício terminado no final de junho, a administração da CMH sublinhou a execução de projetos de furos adicionais (PEDOP-infill) e de compressão no âmbito do Programa de Extensão do Plateau e Optimização de Produção (Plateau Extension and Decline Optimization Programme PEDOP), o qual "comportará a execução de três novos furos e instalação de cinco compressores adicionais".

"Representam uma grande magnitude em termos de custos de investimentos e riscos na sua implementação para o caso de o projeto de compressão de baixa pressão na linha de Pande, pois este último está dependente ainda da aprovação do plano de desenvolvimento por parte do Governo e a decisão final de investimento por parte dos parceiros, que devem ser alcançados a tempo para não comprometer o benefício das operações em 2026 e as receitas para o consórcio a partir de 2027", lê-se.

Para fazer face a estes desafios, a administração lembrou que a CMH assinou uma linha de crédito de médio prazo de 50 milhões de dólares (44,9 milhões de euros), com bancos comerciais, para financiar a participação no projeto.

A CMH fechou o exercício financeiro terminado em 30 de junho com um ativo total que recuou para 378,8 milhões de dólares (340 milhões de euros), contra um passivo que caiu no mesmo período para 116,8 milhões de dólares (104,8 milhões de euros).

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