A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu nas buscas à residência de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do então ministro João Galamba, um disco externo com muitos documentos, vários deles classificados, que o ex-adjunto terá copiado do seu computador do gabinete. O ex-adjunto de Galamba foi agora constituído arguido nesse inquérito, por suspeita de acesso ilegítimo a documentos classificados.
Neste processo, o Ministério Público e a PJ investigam os factos ocorridos na noite do incidente no Ministério das Infraestruturas, 26 de abril de 2023, quando Pinheiro levou o computador do ministério para casa. Nessa noite, Galamba demitira Pinheiro do cargo e a chefe de gabinete do ministro, Eugénia Correia, alegou que, por esse motivo, pediu-lhe para não levar o portátil.
Na altura, Pinheiro assumiu que levou o computador porque, depois de ficar sem email e sem telefone do ministério, só acedendo ao computador poderia recolher informação relevante para a sua defesa. No disco externo encontrado em casa de Pinheiro, a perícia da PJ identificou vários documentos classificados, como o plano de reestruturação da TAP e a localização do novo aeroporto de Lisboa. Contactado, o ex-adjunto escusou fazer comentários.
Além deste inquérito, Pinheiro é investigado noutro processo, que resultou das queixas apresentadas contra si por alegada agressão física na noite do incidente. O ex-adjunto de Galamba negou ter cometido agressões e afirmou que foi "sequestrado" no ministério.
Entrega de telefone
Quando foi ouvido na comissão de inquérito parlamentar (CPI) à TAP, Pinheiro, após uma interpelação de André Ventura, entregou o telemóvel à CPI, que foi depois entregue à PJ. A PJ constatou que os dados foram todos apagados.
Intervenção do SIS
O incidente no Ministério das Infraestruturas foi marcado pela intervenção do SIS. Nessa noite, a então chefe de gabinete de Galamba contactou o SIS e um agente deste serviço contactou Pinheiro, a quem este devolveu o computador.
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