Plano B para provas no rio Sena pecou por tardio, defende chefe de Missão portuguesa

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A definição de um plano B para as provas de natação de águas abertas e de triatlo previstas para o rio Sena pecou por tardia, de acordo com o chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Paris2024.

A poucos dias do arranque dos Jogos Olímpicos, a questão da poluição do Sena continua a preocupar os atletas e os dirigentes, apesar dos recentes banhos de várias entidades naquele rio, com a organização a ter revelado recentemente a possibilidade de as provas de águas abertas passarem para o Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, onde vão decorrer os eventos de remo e canoagem.

"Surpreendeu-nos que, principalmente na reunião das águas abertas, a solução que foi apresentada naquele momento tivesse passado por adiar um dia a competição, e, se não fosse possível organizar no dia seguinte, adiar dois dias a competição. Não nos parece que, com um caudal - nós não somos especialistas em hidrografia - como tem o Sena, as condições possam ser alteradas em tão curto espaço de tempo", salientou Marco Alves.

Em entrevista à agência Lusa, o chefe da Missão portuguesa assumiu que quem esteve nessa reunião ficou com "algum amargo de boca", porque esperavam que "fossem avançadas outras soluções", apenas conhecidas recentemente.

"Haver planos B é uma solução positiva no nosso entender e é preciso saber quais são esses planos B, para que, efetivamente, não seja só o Comité Organizador que tenha conhecimento deles e que os nossos próprios atletas possam ter esse cenário em cima da mesa para gerir as questões de ansiedade relacionadas com o dia da competição, para gerir tudo aquilo que possa ser preparado antes da partida para Paris. Portanto, no nosso entender, peca por tardia esta comunicação desta solução", defendeu.

Em relação ao triatlo, Marco Alves lembra que há uma opção regulamentar, que "é passar a competição para duatlo, eliminar o segmento da natação e fazer apenas bicicleta e corrida", uma solução que "não honra a modalidade", pois "a distância olímpica continua a ser um marco na organização dos eventos da própria modalidade".

O responsável lembra que Portugal vai participar na competição individual e na estafeta mista, com a distância entre as duas provas a deixar "algumas reservas".

"Nós não queremos que atletas que nadem na prova individual depois fiquem doentes para a prova da estafeta mista. Portanto, é efetivamente mais uma preocupação. [...] Devemos estar naturalmente vigilantes sobre aquilo que será a avaliação da qualidade da água nos dias anteriores ao calendário de cada uma das competições", afirmou.

Segundo Marco Alves, a decisão apenas será tomada em Paris, nas reuniões com as federações internacionais, que têm "regulamentos próprios, com indicadores próprios sobre aquilo que é aceitável ou não para as suas competições".

"Temos que esperar efetivamente que essa reunião técnica aconteça nos dias anteriores à competição para que possa ser conhecida essa decisão", afirmou.

Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.

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