"Se não conseguirmos governar porque o Presidente nos bloqueia, se eles querem eleições antecipadas, vão tê-las", disse o chefe do Governo polaco aos jornalistas em Bruxelas, após o anúncio de um impasse legislativo provocado pelo Presidente, Andrzej Duda, aliado da oposição nacionalista populista.
Na quarta-feira, o Presidente polaco promulgou o Orçamento de Estado apresentado pelo Governo de Tusk, antes de o remeter para o Tribunal Constitucional, controlado pelo anterior Executivo, alegando dúvidas quanto à adoção do documento pelo Parlamento.
Ao anunciar a decisão, o Presidente afirmou ter "dúvidas" sobre a votação da lei das finanças na Câmara Baixa do Parlamento, devido à ausência de dois deputados populistas.
Os dois homens, o antigo ministro do Interior, Mariusz Kaminski, e um colaborador próximo, Maciej Wasik, foram condenados a penas de prisão em dezembro por terem ultrapassado as funções num caso que remonta a 2007.
Eleitos deputados em outubro do ano passado, viram entretanto os mandatos parlamentares revogados, facto que se recusam a reconhecer, tal como o Presidente.
Detidos no palácio presidencial, foram brevemente encarcerados em janeiro.
O chefe de Estado anunciou, na quarta-feira, que vai remeter para o Tribunal Constitucional todas as leis aprovadas pelo Parlamento na ausência destes dois deputados.
Para Tusk, colocar os interesses dos dois deputados à frente dos interesses do Estado é "absolutamente inaceitável", enquanto o Presidente do Sejm (Câmara Baixa do Parlamento) descreveu o anúncio do Chefe de Estado como "chantagem".
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