Polarização agudiza-se na política espanhola, à beira de mais eleições

4 meses atrás 61

O mais recente caso na política espanhola, em que o presidente do governo, Pedro Sánchez, deixou o país em suspenso por cinco dias para refletir se continuava no cargo, depois de um tribunal de Madrid ter aberto um “inquérito preliminar” envolvendo a sua mulher, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção, vale por si, mas também como mais um episódio no aprofundamento do clima de polarização e crispação.

Pedro Sánchez acusou que este processo era o culminar de um cerco a si próprio, feito por forças políticas de direita e extrema-direita, primeiro através de denúncias em sites na internet, depois com ações políticas, e, agora, com a intervenção do poder judicial.

“É uma operação de perseguição e assédio por terra, mar e ar, para tentar enfraquecer-me política e pessoalmente atacando a minha esposa”, afirmou Sánchez, na carta “aos cidadãos” em que anunciou o período de reflexão e em que acusou o Partido Popular (PP), de direita, e o Vox, que tem sido seu parceiro, de extrema-direita, de não terem aceitado os resultados das legislativas de 23 de julho. “O povo espanhol votou maioritariamente pelo avanço, permitindo a reedição de um governo de coligação progressista”, diz o secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

É verdade que as eleições permitiram a reedição da coligação entre o PSOE e o Sumar, a plataforma de esquerda promovida por Yolanda Diaz, segunda vice-presidente do governo espanhol e ministra do Trabalho, mas também é certo que o PP foi o partido mais votado e que o atual governo só se tornou possível com o voto dos partidos independentistas, em troca de um perdão aos catalães, coisa que Sánchez garantiu, durante a campanha eleitoral, que não faria.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Ler artigo completo