Polémica com choque fiscal? "Governo começa em estado de desgraça"

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A socialista Ana Gomes comentou a estreia do Governo no Parlamento, que ficou marcada por alguma polémica em torno do choque fiscal, que será mais curto do que aquele que foi anunciado.

Sublinhando que não tinha gostado do debate, a antiga eurodeputada considerou que depois do mesmo o Governo estava "pronto a governar" - até o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, esclarecer que a medida de alívio no IRS rondará os 200 milhões, e não os 1.500 milhões.

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes lembrou que a medida em causa foi assumida como "emblemática" na discussão do Governo e "talvez aquela que fez ganhar a Aliança Democrática".

Considerando o momento em que se soube que 85% deste choque fiscal já estava no Orçamento do Estado apresentado pelo Partido Socialista (PS) e já aprovado, Ana Gomes lembrou mesmo as palavras do líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha: "De facto, o choque fiscal passa a retoque fiscal". Os liberais não foram os únicos a apontar o dedo ao Executivo.

O Governo começa em estado de desgraça

Confessando que "num primeiro momento não queria acreditar na situação", colocando ainda a hipótese de se tratar de um erro de comunicação entre ministros, Ana Gomes referiu ainda que "se houve ambiguidade", a mesma foi "construída e para induzir os cidadãos em erro".

"É gravíssimo. Um embuste. Isto foi manipulação eleitoral, e de todos nós. Não se percebe como é que eles não pensaram como é que isto seria apanhado", acrescentou, lembrado que o Executivo não pediu "sequer desculpas". "Vieram tentar dizer que nós todos, cidadãos e jornalistas, é que éramos idiotas e tínhamos compreendido mal o primeiro-ministro. É destruir completamente a credibilidade do Governo", sublinhou

Ana Gomes reforçou ainda que a situação criada pelo Governo não só induz os cidadãos em erro, como também "é desiludir aqueles que votaram na Aliança democrática". "O Governo começa em estado de desgraça", disse.

A polémica em torno das medidas de redução do IRS surgiu depois de, em entrevista à RTP na sexta-feira, o ministro das Finanças ter dito que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS, referidos pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no debate do programa do Governo, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor, explicando que a medida rondará os 200 milhões de euros.

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