Polícia catalã recusou apoio para deter Puigdemont, diz governo espanhol

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Quanto ao controlo das fronteiras espanholas na Catalunha (terrestres, portos e aeroportos), que são competência da Polícia Nacional e da Guarda Civil (força semelhante à Guarda Nacional Republicana em Portugal), o ministério garantiu que houve reforço de vigilância desde os dias anteriores à anunciada ida de Puigdemont a Barcelona, na quinta-feira.

No entanto, e apesar de ter sido mantido um reforço de vigilância nas fronteiras até às 00h00 de domingo, as forças de segurança espanholas não detetaram Puigdemont, que é alvo de um mandado de detenção em Espanha e, depois de ter estado num pequeno comício em Barcelona na quinta-feira, voltou a fugir à polícia.

Sobre esta questão, o ministério realçou que os tratados da União Europeia (UE) impedem o fecho das fronteiras num caso como este.

Puigdemont assegurou entretanto que já está de regresso à Bélgica, onde vive desde 2017 para fugir à justiça espanhola depois de ter protagonizado a declaração unilateral de independência da Catalunha daquele ano.

O Tribunal Supremo de Espanha pediu explicações sobre esta fuga de Puigdemont ao Ministério da Administração Interna, que tutela a Polícia Nacional e a Guarda Civil, e também aos Mossos d'Esquadra, que são tutelados pelo governo regional da Catalunha.

O ministério disse hoje num comunicado que já respondeu ao Tribunal Supremo e que as forças de segurança do Estado ofereceram "qualquer apoio operacional" que fosse necessário aos Mossos para deter Puigdemont caso entrasse em Espanha sem ser detetado nas fronteiras.

A polícia catalã não pediu, porém, "tais apoios", segundo o Ministério da Administração Interna, que lembrou hoje "as competências e capacidades operacionais" dos Mossos "como polícia integral na Catalunha em matéria de segurança dos cidadãos, de polícia judiciária e de investigação criminal e de polícia administrativa".

Dadas estas competências integrais na Catalunha, a Polícia Nacional e a Guarda Civil não montaram "operativos paralelos específicos" para garantir a investidura do novo governo regional, no parlamento catalão, na quinta-feira, ou para deter Puigdemont, no mesmo dia, em Barcelona.

Segundo o ministério, quando se soube que Puigdemont tinha voltado a fugir, sem se dirigir ao parlamento regional, como o próprio havia anunciado, foram dadas instruções à chefia da Polícia Nacional e da Guarda Civil para serem ativados "recursos operacionais e de informações extraordinários" para o separatista ser localizado e detido, o que não teve resultados até agora.

Neste contexto, houve novo reforço de vigilância em portos e aeroportos e foram montados dispositivos especiais em algumas vias, sobretudo perto da fronteira com França, embora as principais estradas tenham continuado sob responsabilidade dos Mossos d'Esquerda, disse hoje o Ministério da Administração Interna, no mesmo comunicado com as explicações enviadas ao Tribunal Supremo de Espanha.

De acordo com o mesmo texto, a detenção de Puigdemont "tem sido, é e será, até à sua concretização, um objetivo operacional para todas as unidades e serviços policiais" tutelados pelo Ministério da Administração Interna.

O Tribunal Supremo espanhol pediu na sexta-feira à polícia catalã e ao Ministério da Administração Interna informações sobre a operação para deter Carles Puigdemont e "os elementos que determinaram o seu fracasso do ponto de vista técnico-policial".

A polícia da Catalunha garantiu, num comunicado divulgado na semana passada, que tentou deter o dirigente independentista nas ruas de Barcelona mas não conseguiu porque a prioridade foi evitar distúrbios, sublinhando que o político esteve sempre rodeado por milhares de pessoas e autoridades.

Os Mossos detiveram três elementos da polícia catalã por suspeita de terem ajudado Puigdemont a escapar à detenção em Barcelona na semana passada.

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