Polícia diz que prémio Nobel acusou filha de mentir sobre abusos sexuais

2 meses atrás 78

Numa entrevista à The Associated Press (AP), Sam Lazarevich disse que Munro ficou furiosa, defendeu o seu segundo marido e lembra-se de ter ficado "bastante surpreendido" com esta reação.

"É a sua filha. Não vai defender a sua filha?", recordou ter-lhe perguntado.

Num ensaio publicado no domingo passado no jornal canadiano Toronto Star, a filha de Alice Munro denunciou que foi abusada sexualmente pelo padrasto na infância e que a mãe ficou com ele, mesmo depois de saber dos crimes cometidos pelo marido.

A revelação do segredo há muito guardado foi feita por Andrea Robin Skinner, filha de Alice Munro, dois meses após a morte da escritora.

Segundo Andrea Robin Skinner, o padrasto, o geógrafo Gerald Fremlin, começou a abusar sexualmente dela a partir de 1976, quando ela tinha 9 anos e ele 52.

Aos 80 anos, Fremlin declarou-se culpado da acusação de atentado ao pudor e recebeu uma pena suspensa.

A notícia do Toronto Star surpreendeu e entristeceu o mundo literário.

Em consequência, a Western University anunciou na sexta-feira que suspendeu o programa de cátedra que tem o nome de Alice Munro.

"Neste momento, suspendemos (...) enquanto consideramos cuidadosamente o legado de Munro e os seus laços com a Western", lê-se numa breve declaração publicada na página da internet da instituição de ensino superior.

Alice Munro era uma fonte de orgulho para o seu país natal, o Canadá, onde está a ser feita uma análise ao legado da autora.

"É óbvio que isto mancha o seu legado", considerou o detetive Lazarevich.

Leia Também: Filha de Alice Munro acusa padrasto de abuso sexual. Mãe terá ignorado

Ler artigo completo