Três polícias franceses foram condenados, esta sexta-feira, a penas de prisão suspensas por uso de força excessiva durante a detenção de um jovem negro, em Paris. Segundo a agência de notícias Reuters, o incidente aconteceu em fevereiro de 2017, quando a vítima tinha 22 anos.
Um dos polícias, Marc-Antoine Castelain, foi condenado a um ano de pena suspensa por ter espancado o jovem, identificado como Theodore Luhaka, com um bastão, provocando-lhe ferimentos anais graves e deixando-o incontinente.
Castelain foi inicialmente acusado do crime de violação, mas as acusações foram retiradas antes do início do julgamento.
Já os outros dois polícias, Jeremie Dulin e Tony Hochart, que estavam presentes no momento da detenção e agrediram também a vítima, foram condenados a três meses de pena suspensa cada um.
Todos os polícias ficaram proibidos de exercer funções, sendo que a medida aplica-se durante um período de cinco anos a Castelain e dois anos para Dulin e Hochart.
O advogado de Luhaka, Antoine Vey, afirmou que a decisão é uma "vitória" que confirma que "Theo foi uma vítima e nada justifica que tenha sido espancado". No entanto, os advogados dos polícias defenderam que o uso da força foi legítimo, necessário e proporcional e que as acusações de racismo eram infundadas.
Luhaka, atualmente com 29 anos, afirmou que tem estado "morto-vivo" desde a detenção e, ainda antes de ser conhecido o veredito, disse aos jornalistas que a duração da sentença não importava, desde que os polícias fossem considerados culpados e que a verdade fosse conhecida.
A detenção ocorreu a 2 de fevereiro de 2017, no subúrbio de Aulnay-sous-Bois, em Paris, na sequência de um controlo de identidade num bairro conhecido pelo tráfico de drogas, e as agressões ao jovem provocaram diversas manifestações em França.
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