Políticas de habitação: “Foram oito maus anos. Este último foi perto do desastre”, diz António Leitão Amaro

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O vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD) deixou críticas às medidas do Governo do Partido Socialista (PS). “Apontaram o dedo, sobretudo a um problema de procura, e na procura nem sequer identificaram as causas certas. Confundiram as causas, mas agravaram as causas dessa crise”, refere.

António Leitão Amaro considera que as políticas de habitação tomadas pelo Partido Socialista (PS) durante os oito anos em que governou o país foram más, numa altura em que faltam pouco mais de duas semanas para as eleições legislativas. “Fazendo um exercício retrospetivo isto foi francamente mau, foi muito mau. Foram oito maus anos. E este último ano então foi perto do desastre”, afirmou o vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD), durante a conferência ‘Habitação! Soluções e Propostas para a Legislatura’, que decorreu esta quinta-feira, 22 de fevereiro, em Lisboa.

O vice-presidente dos sociais democratas defendeu que os socialistas confundiram as causas de uma crise da habitação que se gerou em Portugal. “Apontaram o dedo, sobretudo a um problema de procura, e na procura nem sequer identificaram as causas certas. Confundiram as causas, mas agravaram as causas dessa crise”, referiu, salientando que o problema era muito mais do que um efeito de política monetária que acelerava o poder de compra com as baixas taxas de juro.

De resto, António Leitão Amaro salientou que o Partido Socialista “inventou bodes expiatórios que ajudavam a um discurso meio popular político-agressivo, mas que eram errados”, manifestando o seu desejo de que deixem de ser Governo a partir de 10 de março, e que “o grande trunfo” durante este período de gestão foram medidas que não constavam do ‘Mais Habitação’, mas sim do programa do PSD.

“Curioso que ao saírem e espero que vão sair, o grande trunfo que assumem não é a aposta de oito anos que era um aumento massivo da oferta pública, mas é o Simplex urbanístico nesta versão de março, ou a eliminação a prazo das restrições construtivas, tudo coisas que não estavam no ‘Mais Habitação. Onde é que elas constavam? Num programa político anunciado na mesma altura três dias antes no programa do PSD. O maior elogio que tenho foi este respeito democrático ao longo dos últimos meses de ouvir o maior partido da oposição e seguir as suas sugestões nesta área”, afirmou António Leitão Amaro.

“Mais casas a um preço que os portugueses possam pagar”

Entre as propostas que constam do programa da Aliança Democrática (AD) para o mercado da habitação, António Leitão Amaro assume que o grande objetivo passa por aumentar a procura. “Muito mais casas a preços que os portugueses possam pagar. O grande objetivo tem de ser aumentar a oferta, mas porque estas casas novas demoram a chegar ao mercado é necessário fazer apoios à procura, dirigidos porque se eles não forem dirigidos aos grupos vulneráveis, vão ter um efeito de continuar a empurrar a pressão sobre a procura e aumentar os preços”, salienta, assumindo o desejo de cumprir com o que está delineado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Sim, as 26 mil casas do PRR e as mais nove mil de outros instrumentos financeiros que estão previstas são para fazer e se pudermos fazer mais do que isso, designadamente em grande medida com a iniciativa dos municípios que são mais ágeis e mais próximos, melhor”, sublinhou.

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